quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

a bientôt


Aqui estou eu, no final de mais um ano. Que sinto eu, afinal? Qual o balanço? Valeram a pena tantas lágrimas, tantos olhares vazios e não correspondidos, tantas costas voltadas?

Foram compensados pelos abraços apertados dos novos amigos, pelas transformações pessoais renovadas e pelo desejo de mais...

Mas não chegou e chego ao fim de mais um ciclo e não estou satisfeita. Devemos queixarmo-nos? É vergonha ou abuso, quando temos a dávida da existência? Não. Temos de nos rebelar e reclamar: trabalhámos duro e queremos mais, queremos com ambição e dignidade. Q.b.

Não chegou, porque faço e aconteço para os outros, dedico e defendo. Visto a pele e não a camisola. Agora quero usar a minha própria e sentir-me orgulhosa. Defender o meu castelo. Descobrir-me. Profundamente. Com toda a clareza possível.

Por isso, neste novo ano quero esquecer o que agora termina, melancólico e cinzento. E quero construir, nesta estaca zero onde estou estagnada e evoluir, sorrir e ser feliz.

Um brinde a isso e o mesmo desejo a todos. Um bom novo ano e até já!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

time after time





E enfim, está feito.
Foi muito bom, muito tranquilo, muito fluido. Vergados pelo peso do cansaço, fomos vencidos e caímos. E tudo foi acontecendo á nossa volta perante os nossos sorrisos cúmplices e os braços esticados em gratidão. Noite de Natal longa, recheada de olhares satisfeitos e gulas saciadas e Dia de Natal em jeito de homenagem a uma família que luta para se manter unida, completa com abraços saudosos e tradição a rigor.

Como sempre, tempo de dar e receber mas muito mais do que isso, tempo de juntar os afectos, retemperar forças e renovar os desejos de saúde e felicidade.

E tempo de acolher e ser acolhido, novas famílias se formam, nada é como dantes mas sim melhor. Tudo acaba por fazer sentido e as caras não nos são mais estranhas, tudo é parte da nossa nova vida.

E claro: não me safei do meu pecado capital. Vivam as rabanadas de mel, o bolo rei da Ribeiro, o queijo da Estrela e os formigos das sábias mãos de quem ainda os sabe fazer. Sem arrependimentos, mesmo face à enjoadela, a vida são mesmo dois dias.

A dieta começa para o ano!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

frio

No apartamento ao lado o Matias ouve a música do "Areias é um camelo...". Onde será que os pais desencantaram tal? De resto nada. Silêncio absoluto. Só o "ram-ram" dos pneus que passam na rua a rasgar a chuva que cai.

Sinto-me velha hoje. Encarquilhada e dobrada sob o meu peso. Peso uma tonelada. Mas pior, tenho frio. E pior ainda, tenho a casa gelada. Mas como foi acontecer isto? Acho que estivemos tanto tempo a ver o Inverno a brincar às escondidas que agora custa a crer. Claro que quando finalmente decido deixar de lado as minhas convicções sovinas e rendo-me ao facto de que a temperatura tombou pelas escadas, a casa já nem quer saber e recusa-se a aquecer.

Silêncio outra vez.

Olho para a manta de lã com olhos gulosos - dito e feito. Em breve todos vão começar a chegar e as portas vão bater por todo o prédio. Pode ser que um bocadinho de calor humano ajude.

Boa noite e até amanhã. Será que além do Areias, do Joana come a papa e do Papagaio louro, também tem o Vitinho?

sábado, 12 de dezembro de 2009

peso

De que somos feitos afinal? Somos ratos ou homens? Que fazem estes medos escondidos por trás do sonho da manhã e que nos agitam, nos fazem tremer, nos fazem gritar em surdina?

Eu tenho vindo a descobrir do que sou feita. Muito mais do que de carne, osso e pele, sou feita de ideias e emoções. Sou fraca e forte ao mesmo tempo, falsa e verdadeira, medricas e corajosa. Enfrento a escuridão de peito aberto mas a certo olhar furibundo vergo-me e baixo a cabeça. Ambiciono e planeio, proponho e consigo. Mas depois o cansaço vence-me, o incentivo morre e a vontade some-se. Quero tudo tão sofregamente e no fundo, não quero nada...Choro no vazio.

Que fazer então, como encontrar o sentido, como explicar os tropeções do passado? E como justificar tantos e tantos sonhos, premonições, recordações? Memórias em forma de gente. Escavar um pouco mais, levantar mais uns papéis empoeirados e tentar perceber. Sobretudo e acima de tudo: tentar perceber, fazer o raciocínio final, amadurecer, querer.

Não dá para voltar atrás e nada pode ser como era. Ainda bem. Agora há que aprender a viver com o eu que eu não conhecia ainda. E perder os vícios, as manias, os bloqueios e as fraquezas. Os medos. Acreditar que nada devemos e que somos um indíviduo, dotado de vontade própria e inteligência. A nós ninguém diz o que fazer: nós somos donos do nosso querer.

E eu quero é viver.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009


Não me lixem.
Chamem-me pirosa, antiquada, infantilóide... o que seja. Prometido é devido. A majestosa árvore, nos seus dignissimos 120cm de altura, ergue-se orgulhosa! Os 50cm de cabo de luzinhas "plim plim" (das que não piscam, claro está..) ajudam os fantásticos enfeites dourados e vermelhos a destacarem-se das folhagens farfalhudas de poliéster. Entre bolas vidradas, estrelas em chapa, corações em feltro e um pai natal gorducho, ergue-se a rena de palha, em estreia absoluta, no topo da dita olhando a sala em redor.

Digam o que quiserem, esta é a árvore mais bonita do mundo. Pelo menos para mim. Agora só falta a música a condizer.... "Last Christmas"?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

plim plim


O céu está cinza mate. Promete frio, colado nas vidraças. O prédio dorme, silencioso e enrolado nos cobertores. Mais um feriado de Dezembro que eu recordo em memórias passadas, aqui já tão longe...

Há uns anos estava em plena actividade, sorriso nos lábios, luzes baixas, velas a queimar e vozes angelicais a debitar acordes natalícios. Mil músicas, sem cansar. Cada uma arrancando um sorriso e completando uma ideia, encontrando o presente ideal enquanto mãos hábeis desenham laços em fita vermelha e dobram papel prateado.

Ao fundo, mesas postas em brilhos de copos de cristal, pratos reluzentes em tons de vermelho, grinaldas e castiçais dourados, feitos para sonhar com natais em família ou entre amigos, sons de talheres a bater em pratos doces e vozes irrequietas a trocar conversas perdidas e reencontradas.

Eu ajudava a escolher, desdobrando soluções e criando expectativas. Nos minutos livres, rodeávamos enormes presentes em cumplicidade, e de tesoura em punho, calávamos mais um segredo, selado em papel e fita.

São dois dias do ano em que estávamos formatados para vender. Mas mais do que isso, o que motivava cada pesado minuto, era a simples ideia de podermos vender sonhos.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

small little things

As pequenas coisas da vida são as melhores: "blasé", batido e coçado.

Mas é verdade e eu tenho praticá-lo sempre que possível. A beleza de cada momento é quase irrepetível. Por muito que te esforces será sempre diferente e deves acarinhar os segundos, prendê-los no teu peito e imprimi-los na memória.

Por isso, visto que cada sorriso conta, a época que vivemos agora deve ser feita de prazer em "dar" e "receber".

Claro que as tentações materiais e consumistas são enormes e hipócritas seremos todos se o negarmos. Que anjos são esses que não se perdem com uma volta de compras, numa tarde gelada de Domingo, ao som das ressoadas músicas de Natal? E que trocam olhares compreensivos com os transeuntes carregados com sacos, papel de embrulho e laçarotes vermelhos. E chegarmos enfim a casa, cansados mas inquietos pela expectativa de uma árvore iluminada, com ares de escandinava, ramos vergados pelo peso de mil enfeites e rodeada de caixas, caixinhas e sacos engalanados.

Mas, muito mais do que isso é ver, rever,(re)conhecer a família, os amigos, as pessoas de quem gostamos. É ouvir-lhes as histórias, perdoar-lhes as ausências, vivenciar as suas vidas. Ficarmos contentes com as suas felicidades e tristes e solidários se a dor o exigir. Sentar, comer e beber, conhecer os miúdos que já cresceram enquanto nem sabíamos que existiam. É conhecer as casas novas, apoiar e aconselhar, desejar o melhor. É aquecer a casa, meias de lã até aos joelhos, e recebê-los com chá perfumado e bolachinhas e falar da vida. E devolvermos sempre o sorriso.

No fundo, o que interessa é que nos faça sonhar tranquilamente, de peito leve e grato, braços abertos e lágrimas contidas, na felicidade da concretização de todos estes desejos.

sábado, 28 de novembro de 2009

lema

"You can't afford the house of your dreams. That is why it's the house of your dreams. If you had everything you ever wanted, you wouldn't have a reason to get up in the morning. Be satisfied with dissatisfaction"
paul arden

e assim se encontram razões para o que somos e o que fazemos. Em meras páginas de revista.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

final countdown


Começou a contagem decrescente para o Natal.

Contrariamente aos últimos anos em que tenho andado de costas viradas para o evento, acho que vou mudar e deixar-me contagiar pelo espírito.

Morro de pena por ter sido sempre uma adepta ferrenha e uma consumidora activa e ter deixado que o meu entusiasmo tenha definhado ao sabor dos tristes acontecimentos.

Agora, três anos depois (e considerando que no ano passado já se tinha iniciado a reconciliação), declaro a época oficialmente aberta.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

momento

Hoje, para estragar o equilibrio de ontem e porque a vida é feita destas coisas, tive um momento.

O momento estragou-me o dia e depois de me desforrar em raivas desmultiplicadas, acabou por me arrasar e me prostrar ao sofá em sono leve e inquieto. Ou seja: venceu-me pelo cansaço.

É triste mas acontece quando o corpo quer aguentar mas a cabeça, com vida própria, se nega a colaborar. Todos nós temos de aliviar a pressão, tipo panela homónima, com direito a assobio ensurdecedor.

Para me vingar da traição das minhas emoções entreguei-me aos prazeres carnais - Não, nada disso! - aos prazeres dos quadradinhos de chocolate, um copo de tinto e uma sandoca recheadissima! Diria mais. Magnífico. A lareira a crepitar, a noite a chegar demasiado cedo e olha... acordei há minutos, cheia de remorsos pelo festim fora de horas!

Felizmente não tenho momentos destes todos os dias.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

simples

Até apetece trautear. Deveria ter um gravador de humores para registar estes inéditos momentos do meu acordar. Leve, sorridente por dentro e por fora. Cabeça despreocupada e uma quase ináudivel musiqueta na ponta da língua. E ainda para mais, a semana mal começou - how unusual dear!

Acontece tão pouco que merece "post" para mais tarde recordar.

Agora aqui, depois de percalços e peripécias, ainda me apetece gargalhar alto. Sentada no sofá, aprecio o silêncio. Ninguém mora cá durante o dia, a não ser os bébés e as suas amas, por isso na pior das hipóteses poderei ser interrompida por um miar infantil ou um ronco de aspirador. E o melhor, o melhor mesmo é a luz laranja coada e fria que atravessa o algodão carcomido das cortinas e enche a sala de sol.

Quem dera fosse sempre assim ou estes olhos encontrassem a mesma beleza simples em todas as coisas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

birth

Nestes dias tenho acordado com um estranho peso na cabeça. Mas não dói e nem tão pouco incomoda. É apenas um peso que se arrasta por eu pouco lhe ligar.

Decidi que temos mesmo de nos preocupar menos. Não sei se vou levar a minha avante, porque existem ossos duros de roer e os meus são disso exemplo. Eu própria debato-me entre as minhas personalidades para ver qual delas vai ganhar.

O batido "Só sei que nada sei" lateja, sabe que tem razão. E que vergonha há nisso, afinal? No fundo: que bom!

Por isso, tenho deixado as coisas rolarem, ao seu próprio ritmo e no seu próprio compasso. Baixo a guarda da minha culpa e cometo o pecado da preguiça. E eis, que, sem desistir das minhas boas e sérias intenções, tudo vai acontecendo. Em passitos de bébé, comme il faut, para habituar a mente. E para permitir que as próximas etapas aconteçam: seguras e satisfeitas. O Apartamento vai nascer: mesmo que eu não me esforce o suficiente, mesmo que eu não o grite aos quatro ventos. Mesmo que eu nem sempre acredite...

Parto dificil, este mágico acontecimento...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

cap vert nha cretcheu




De verde não tem muito, temos que admitir.

Esta ilha é seca e árida, as poucas praias que existem são areia preta ou calhau e a distância entre uma ponta e a outra não ultrapassa os 25km. Mas foi amor à primeira vista, desde o momento em que os pés pousaram em terra, logo tomados pelo pó vermelho que cobre a pequena pista de S. Pedro.

É ter tudo sem ter nada, povo elegante e de palavras meigas, olhos macios e disponíveis. Amantes e amigos, vivem com pouco e não querem muito mais. Como nos disseram os nossos anfitriões nas primeiras noites: Les Cap Verdiennes fait tout doucement...

Mindelo, cidade da música, recebe-nos de braços abertos: sempre perdidos mas sempre encontrados. Nilza levou-nos, deu-nos de comer e a partir daí vagueamos pelas ruas estreitas, em turbilhão, espreitando cada casa e desfiando conversas de storias de vida. O amor, nha cretcheu a Cabo Verde, une raças e filosofias e trocamos sorrisos com quem passa a troco de nada.

As praias de areia vulcânica, o mar turquesa de vontade forte, os trilhos de terra quase a parecerem estradas, onde placas derrubadas impedem o acesso privilegiado. A Baía das Gatas, o ferry para Santo Antão e a descoberta da Ponta do Sol, onde o N. se rendeu e queria ficar...Tudo nos fez acreditar que em breve voltamos e desfazemos as últimas dúvidas.

Até lá, há que seguir os ensinamentos grandes da Morabeza e quiçá: e se a coisa pega?
Com nos disse a bonita que se veio despedir: tudo o que é bom acaba rápido demais.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

tic tac tic tac

À mercê da passagem do tempo. Sentados, perna cruzada, pé inquieto a batucar o soalho. Dedos roídos e nervoso miudinho. Conto os minutos para que seja amanhã.

Amanhã a chuva não vai bater nas vidraças, não vai gelar as folhas murchas das árvores. Amanhã não vai ter caras tristes e pálidas, a contar as horas de luz que já escasseiam e a apertar o casaco no peito, contrariado.

Só caras redondas como luas. Olhos abertos e luminosos, sorrisos rasgados, relatos incompreensíveis. Mãos abertas e esticadas, em pedidos e em ajudas. Bocas de cachupa, vozes de morna, lenta e doce. Amanhã já não é aqui.

Até ao regresso.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

deixar

Quando deixas de amar alguma coisa ou alguém, suponho que o sabes.

Se pensas nisso em pleno enamoramento, não consegues imaginar o quão vago passa a ser o sentimento tão acarinhado. Supreendente, é como se, de repente, a dependência e os afectos deixassem de fazer sentido e o desejo tomba, derrotado pela indiferença.

Hoje senti isso afinal. Porque o sentimento de culpa mirra-te a vontade e cega-te, empurrando-te responsabilidades que não te pertencem, vivendo e usando as dores dos outros em proveito deles próprios, só e apenas. E eu vou ficando pequenina, do tamanho de um punho fechado, encolhida na minha fina casca de dignidade fingida. No fim, a liberdade vem em forma de vazio, ar, oxigénio tão necessário. Um respirar fundo, um pestanejar lento e pensativo e um leve encolher de ombros: tão simples, esteve sempre á minha frente...

Agora, em pequenos passos quero, quero muito ganhar essa coragem para dizer adeus.

(ps. amigos, a minha vida romântica continua sã e com muita vontade)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

o baú

Às vezes um nadinha de nada mexe connosco.

De repente, de um salto, deitamos a mão ao baú e procuramos conforto, consolo e refúgio nas nossas memórias enferrujadas. Que bom é sentir de novo o que se sentiu, lembrar, rever momentos, caras e imagens. Amores e amizades. Se as recordações são boas, porque não o velho passeio "down memory lane"?

E num segundo, vemos o tempo em que as experiências sabiam sempre a pouco e nos aventurávamos a tudo o que nos arrepiasse a espinha. As veias latejavam, o coração batia acelerado e sem medo, desfiávamos a vida sob o toque seguro dos dedos. Mil palavras num silêncio, raciocínios articulados, tantos segredos partilhados ao ouvido, num olhar cúmplice. E depois, a música, os livros, os filmes, tantas referências, aprender a ser e a querer. Crescer. No fim, uma amizade inabalável, única, demasiado calada mas sempre reconhecida em suaves sorrisos de reencontro.

Ao meu amigo, que hoje recordei ao abrir o baú e ao desempoeirar as páginas, um grande bem hajas. Caso para dizer: Faraway, so close...

Quid pro Quo

sábado, 17 de outubro de 2009

going home


Nada melhor do que voltar a casa...
Seja quando regressamos de uma viagem para longe e nos apertamos contra o vidro redondo e gelado do avião, a tentar vislumbrar as referências da nossa cidade... ou quando chegamos, no alfa pendular, e atravessamos a ponte, repleta de emoções de chegada, com luzes e cores sempre renovadas e tão familiares.

Concordo que, na maior parte das vezes, é tão bom ir, ver e experimentar como o é voltar, rever e matar toda a saudade.

Mas por vezes, esta paixão reflecte-se todos os dias, ao percorrer os caminhos de sempre, no simples regresso a casa. E embora os motivos sejam os mesmos e o cenário se repita indefinidamente, nunca vamos deixar de achar que há sempre algo de novo, na qual vale a pena pousar os olhos cansados, uma vez mais. E, ao final da tarde e á cadência de um suspiro, o céu em palete de pintor guia-nos... e um orgulho desmedido explode-nos no peito.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

abc do yoga


Ontem fui a uma aula de yoga.

Na semana passada baldei-me e ontem o P. vingou-se. Saí de lá toda partida, sem sentir os músculos das pernocas e com os abdominais em prantos. É bem feita. Isto porque sou demasiado preguiçosa. Não consigo explicar porquê, já que durante mais de um ano venci os meus receios e fiz ginástica, com vontade e afinco. Agora fico frustrada, porque a minha outra personalidade recusa qualuqer tentativa de reactivar esses velhos tempos.

E assim sendo, vou-me encostando no sofá, pisco várias vezes os olhos cansados e entrego-me ao nada. Quando penso em todas as horas do dia que passo sentada, sem mexer um músculo decente e digno... *suspiro*

Claro que o N. não desiste facilmente e se não fosse ele penso que já teria admitido a derrota. Ele sabe que apesar das reclamações e má cara, saio de lá com as energias renovadas e um cansaço saudável.

E com mais uma saudação ao sol, respiração abdominal e um OHM sentido, fecho os olhos e tenho acalmar a minha inata ansiedade. Amanhã há mais.

domingo, 11 de outubro de 2009

happy birthday


Este ano não me cantaram os parabéns. Não tive bolo, nem velas, nem pedi desejos. Mas tive tudo o resto a que tenho direito e um dia de aniversário como não me lembrava. Acredito que se assim for, volto a acreditar nesta bela instituição de homenagearmos alguém, relembrando o dia em que ela começou a existir.

Baseado na simples teoria de que nestes dias só devemos fazer ou gozar tudo o que gostamos, o N. serviu de cicerone e cheio de atenção e paciência levou-me a ver coisas novas e a experimentar as de sempre: desde o pequeno almoço no BB Gourmet, o novo, na Av. da Boavista até almoço de sushi no fantástico Nigiri, "tarde livre" em que preguiçamos no sofá até ao final de dia tranquilo, com a noite a cair suavemente, através do reflexo dourado do copo de Kopke gelado, sentados na esplanada do Cafeína Wine Bar.

Para terminar, juntar a família, agora maior e mais sólida, à volta de uma mesa redonda. O restaurante Shis, sempre elegante, nunca nos deixa ficar mal e proporciona inúmeras surpresas gastonómicas, de babar e chorar por mais.

O Pai e Mãe sorriem ternamente e fazem uma festa nas minhas mãos e eu sinto-os sempre apoiantes e vigilantes, são o meu pilar...O mano e sua sócia no crime, sempre atentos e alegres, adoram a vida e eu admiro-os por isso.

No fim, o bolo mais apetecido, ontem de anos, mas o de sempre, o favorito, o supremo da gula. Em versão Polaroid, para a posteridade. Em pequenas trincadelas doces e mornas renovei os meus desejos e pensamentos e pedi apenas que o próximo fosse igual ou melhor.

Estou pronta para outra. Venham os TGINTA E TGÊS!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

uuuhhhhhhh....

E que dia é amanhã? Huh? Huh?
Quem sabe???

bliss




E assim perdemos a cabeça, em gesto de desafio. Um dia antes sonhámos e que bom foi a sensação de decidir nas últimas, suar os últimos minutos e partir naquela estrada, pela noite dentro. E ao chegar: escuro como breu, mas envoltos em brisa morna e aromas de mar. Ao acordar, quase que sentia na boca o mastigar lento do pão alentejano com manteiga a derreter em gotas espessas. E o café quentinho, revigorante que nos ia lançar para o mundo: estávamos na costa alentejana, welcome to Zambujeira do Mar - we hope you enjoy your stay with us.

Assim foi, não pedimos nada e não fizemos planos. Sem expectativas, apenas a de gozar a companhia dos belos amigos, chamámos sala à praia e deliciámo-nos com o sol de Outubro, de pouca dura mas de muita vontade. Tanta vontade que quase me convenceu de que as férias não têm de durar, nem têm de ser no Verão - as férias são mesmo quando o homem quer e o São Pedro permite. E este foi o fim de semana mais rentável do ano, pois certamente valeu pelos vários em que tristemente olhámos o céu cinzento e choroso.

De jantares estamos conversados, quisemos ver e saber de coisas novas mas também revivemos velhas glórias. Bom vinho, melhor peixe e até umas divinas tostas em pão caseiro.

E não houve minuto desperdiçado a não ser o da pena de vir embora, porque na verdade, daqui a nada, partimos outra vez.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

partir

Todos vocês sabem como é ter vontade de fugir.

Hoje queríamos fugir. Os dois. O encontro precipitado foi providencial para o desabafo, a respiração estava quente e pesada, as mãos tremiam e os olhos estavam rasos de água. Às vezes somos atraiçoados pelas nossas emoções e quebramos. Quando o vi, olho baixo e triste, voz exaltada, percebi que não devíamos ter saído de casa esta manhã.

E quis voar, levá-lo comigo e desaparecer, esquecer o nosso mundo minúsculo, agressivo e mau. E acordar debaixo de uma qualquer palmeira à beira-mar, peixe fresco na grelha enferrujada, sol baixo e húmido ao final da tarde, deitados na rede. Abraçá-lo e protegê-lo, com os meus braços apertados.

Mas não. Amanhã quando acordarmos, vamos estar aqui na mesma. O que vale é que cada dia é diferente e pode ser que amanhã seja um dos bons.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

para os bons e maus momentos


O casamento está de novo na moda.
Toda a minha geração sofreu de alergia ao compromisso de papel passado e pontos nos "is". São raros os exemplos sucedidos de casamentos duradouros. Os poucos que se aventuraram já se descasaram e vivem agora existências solteiras, sem ponta de arrependimento.

Na maior parte das vezes transformam-se em pessoas cépticas que aconselham, à velho, os outros a não tomarem decisões tão drásticas e deixarem a vida correr, um dia de cada vez - "no strings attached"!

Mas os mais novos não pensam assim. Querem apostar no futuro e viver o conto de fadas com tudo a que têm direito. E porque não? Afinal, que mal faz acreditar no amor e tentar vivê-lo com algum romantismo, para variar?

Se tiver de correr mal, tanto dói de uma forma como da outra. A separação não é mais fácil só porque não existem os papéis. Como me disse a M., se juntar é a mesma coisa que casar, então porque não casar? É o reverso da medalha...

Assim sendo, desejo a maior felicidade aos meus quase cunhados, que se preparam para assumir o compromisso - com coragem e vontade. E por baixo de uma chuva de arroz, trocam-se os votos de uma vida preenchida em que cada dia é um reencontro.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

moby at the park


Eu já tinha visto o cartaz há que tempos, numa das minhas caminhadas pela Avenida Brasil. Lia-se: "MOBY no parque da cidade, dia 12 de Setembro". Wow - pensei. Será que vem aí uma nova era na forma de encararmos a nossa cidade? Será que estamos a conseguir extravazar o convencional e que nos abrimos finalmente para novas experiências?

Infelizmente, não ia estar no Porto nesse dia. Tinha planos irresistíveis para um fim de semana nas vindimas, no Douro e não abriria mão disso por um concerto de uma memória já longínqua para mim. Longe vão os tempos de "Play" e confesso que Moby não tem feito parte de nenhum alinhamento musical que ande a seguir. Mesmo em anfiteatro natural, à beira mar plantado, com cheiro a jasmim e a noite empurrada pelas ondas.

E obra do destino, o certo é que por motivos imprevistos as vindimas ficaram adiadas indefinidamente, para minha grande pena... Nem tudo estava perdido, a lembrança veio na véspera, compraram-se os bilhetes a correr e se a expectativa não era grande, cedo mudámos de ideias. Os cépticos de olhar desconfiado acabaram por se render a cada música que passava. Sei que dei por mim a reviver mas também a viver, em pinchos e aplausos e com respeito e empatia renovados para com o americano tranquilo.

Caso para dizer: Why does my heart feels so bad...

sábado, 12 de setembro de 2009

pais

Tenho sempre muitas saudades dos meus pais. Posso passar semanas sem os ver, mas raramente passa um dia em que não fale com eles. Agora, com o ninho vazio, parece-me que começaram uma vida nova, novos hábitos, novos horários e novas aventuras. Fiquei tão surpreendida quando os imaginei tristes e solitários e acabei por descobri-los rejuvenescidos e despreocupados. Que sensação bestial, eu é que parecia a mãe.

No entanto, sei que o nosso elo vai muito mais além do que se espera de uma família normal. São o meu pilar, a minha referência. Quando, em desespero, me sinto sozinha e incompreendida, é bom pegar num telefone e ouvir as suas palavras meigas e reparadoras. É bom chorar e saber que as minhas lágrimas não são constrangedoras nem chocantes. É melhor ainda saber que nunca ninguém vai gostar assim de mim e eu deles, tal e qual, para sempre.

Nada poderá alguma vez substituir o abraço quente e apertado, a gargalhada solta ou o "adoro-te" sentido do meu pai. Ou a festa macia nos meus cabelos, a vontade de me ouvir com toda a paciência e a dedicação atenta da minha mãe. E apesar dos tempos dificeis e da necessidade de lamento e desabafo, quando estou com eles fico tão feliz e tão tranquila, que abafo o peso que carrego e deixo-me ir. Not a care in the world.
Muito obrigado.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

vontade

AAhhhh e é sexta feira outra vez, que dia tão perfeito. Não me sinto nada culpada pelo "doce faz nada" e estou sentada no sofá às escuras, pacote de bolachas vazio, incenso a queimar e tv desligada. Só ouço um ocasional carro a passar e o chilrear enérgico dos passaritos nas árvores, em frente à janela (que estranho: seria de supor que estivessem de viagem, para países mais quentes).

Entretanto, afazeres domésticos esperam-me ansiosamente. Hoje: a arte de fazer sopa e as técnicas apuradas da dobragem de roupa, que maravilha! Tenho tanta vontade que confesso. Vou continuar aqui sentada à espera que passe.

Bom fim de semana a todos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

gajos e gajas

Homem é fera. Hoje tive um encontro imediato com a espécie em extinção: o SINHOR INGINHEIRO (Pf. não me levem a mal os praticantes da "arte" porque engenheiros há muitos mas inginheiros, felizmente, nem tantos).

Na verdade, são raça dura de roer, com noções rudimentares de educação e sem qualquer ideia de delicadeza. Ou seja: acham que as mulheres são apenas consequência de uma dentada precipitada na maçã e que de costela deles não temos nada...quanto muito um pedaço de entrecosto magricela ou uma bifana meia pálida.

Por isso, contra toda a etiqueta, ele achou que eu poderia esperar, mesmo depois de ter sido específico e ter colocado em dúvida a MINHA pontualidade e no fundo, a de todas as mulheres, no dia anterior. Também achou que poderia acompanhar os seus comentários técnicos, com um sorriso trocista, enquanto insinuava que nós, gaijas, não percebemos nada do assunto.

Eu, que também tenho os meus dias, pus o meu ar mais descontraído e devolvi-lhe o desprezo com desprezo e meio. Mas tenho a certeza de que ainda sorria, pelo canto da boca, quando virei as costas e saí...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

migradoras


A vontade de fugir é tanta como a dos pássaros.
Esta semana arranjamos a bendita máquina de furar e com afinco decidimos pôr a passarada cá fora. Sempre sonhei com a bela andorinha negra a voar nas paredes do terraço.

Uma animação parietal com cheiro a liberdade e rastos de vento de asa.

Foi com um sorriso que recebi a ideia do N. de nos perdermos na Bordalo Pinheiro e investirmos em andorinhas "verdadeiras".

Agora é esperar pela inveja das tinhosas das gaivotas e das pachorrentas pombas e mostrar-lhes quem é que pode, de facto, arrebitar o bico.

E saber que, faça chuva ou faça sol, estas migradoras nunca nos irão deixar...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

os ossos do ofício


Que fiz eu para merecer isto? Pergunto-me ao final da manhã, com lágrimas de desespero a rasar-me os olhos, nó no estômago e peito apertado. Com a agenda do dia toda pronta, as horas programadas e contadas, o dia de trabalho prestes a terminar e a libertar-me para uma tarde de tranquilidade e ela estraga tudo.

Às oito e meia da manhã entra pela porta adento, esbaforida e transpirada: aí soubemos que o Inferno tinha subido à terra e estava tudo desfeito. Vamos ter de começar tudo de novo, gerir as dúvidas, perceber os intermináveis "brainstorms" entre a decoradora omnipotente e a cliente nervosa, duelos de espadachim para ver que é mais cortante e mais persuasivo.

O que me custa é ser escrava destas circunstâncias, que me obrigam a colocar o meu ar mais compreensivo e disponível para estas indecisões e inconstâncias. E apontar, fazer milhares de anotações, sempre cheia de receios, porque não vou ouvir tudo, perceber tudo, anotar tudo, pois vai inevitavelmente haver coisas que elas não dizem mas pensam e isso eu não consigo adivinhar. Mas devia!!!

No fim, independentemente de ser responsabilidade minha, se alguma coisa falhar será pela minha suposta incompetência. E mesmo que não leve a discussão, leva concerteza a um olhar piedoso.

Por estas e muitas outras razões é que não quero continuar a prestar este serviço.
Eu também quero um papel principal.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009


O tempo passa a voar, como girândola ao vento. O Verão mal começou e já cheira a Outono. Daqui a nada vamos estar a sonhar com lareiras, mantinhas e pijamas quentinhos. Venham eles, estamos preparados!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

papel a papel enche a menina o papo

Estou prestes a inundar-me de papéis. São um mal necessário e não vou poder evitá-los por muito mais tempo, se me decidir a avançar com estas minhas minhoquices.

Mas confesso, leio e releio as instruções, dicas, obrigações, acontecimentos, hipóteses e soluções...e sinto-me perdida num país longínquo onde os habitantes arregalam-me os olhos e esticam o dedo em censura, pela minha ignorância voluntária.

Hoje pensei: que raio de mulher sou eu, que não consegue ultrapassar este medo de papéis, esta sensação de que a traição está atrás de cada frase e que me vão apanhar numa falsidade qualquer da qual não vou poder fugir ou libertar! E se eu quiser desistir? E se não der certo!?!? E se não passar tudo de um delirío da minha mente entorpecida...

Posso sempre tapar os olhos, a boca e os ouvidos. E lançar-me ao desconhecido. Será?

sábado, 29 de agosto de 2009

V de volta





Quantos dias foram necessários para esquecer o dia-a-dia? Muito poucos, na verdade. A vontade de desligar a ficha da tomada era imensa e a faísca foi imediata. Que bom foi acordar no dia seguinte, preparar as malas, escolher as roupas mais frescas e colocar o sorriso mais paciente para todas as eventualidades de uma quinzena de férias em Agosto.

Visitámos Óbidos e Tróia. Fomos à descoberta de novas praias e novos pousos. Queria muito encontrar uma nova história para amenizar os laços quebrados, que ficaram para trás. Pode ser que afinal haja uma pequena esperança, uma luz de saudade que se apaga, para começarmos tudo de novo.

O tempo não ajudou nada nas nossas passeatas pelos caminhos de Portugal. Mas depois da tempestade... acabámos no campo: que cenário tão diferente, que ideias e expectativas diversas. O sol tostava sem piedade, para nos calar de tanto lamento e tranquilas sonecas acalmaram os ânimos e pudemos finalmente descansar.

Infelizmente, tudo acaba aqui.
Amigos, 2ª F há mais: back to work...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

encerrados para férias


Pois é, eis que afinal sempre chegou! E apesar de ser uma pessimista e só pensar que vai saber a pouco, na verdade mal posso esperar para pôr o pé na água gelada da praia d'el rey.

Boas férias a todos, até breve!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

ao final do dia


Ao final do dia, a cabeça desliga. Deixamos as nossas obrigações laborais para trás, tentamos esquecer as mágoas, as queixas e as exigências de quem nos sustenta. Só queremos gozar a suave brisa de uma morna de Verão. E se possível, bem acompanhados, certo?

Assim foi, ontem, com olhos pesados, doridos e tristes, pensamentos a mil, peito apertado, respiração tremida, cheia de impaciência e irritação. Os dias têm-se arrastado, custosos. Por respeito aos que se juntaram, com prazer, pus o meu melhor sorriso. E ao descansar, bem sentada, olhei o dia a deitar-se em leito de cores de fogo, hipnotizante e convidativo. Impossível não pensar no porquê de tanta revolta contra a vida como corre, se existem coisas tão belas como um final de dia, todos os dias.

domingo, 9 de agosto de 2009

mindelo

Quando não estamos a contar nada nada, mas mesmo nada, os pequenos milagres acontecem.

Por mais cliché que possa parecer, é uma inquestionável verdade.

Ontem fomos apoiar um amigo que foi contratado como DJ de serviço para uma festa popular, de santo padroeiro. Por mais que ele se contraisse e se debatesse com o inevitável fracasso, especialmente depois da actuação do TonieNando, não havia forma de voltar atrás.

Nós que queríamos vir embora bem cedo, acabamos por nos deixar ficar, em solídário apoio. Depois do tradicional fogo, às doze, dezenas de pessoas despediam-se e deixavam a modesta praceta onde o M. se preparava. Aos poucos ficou claro que não haveriam muitos resistentes.

A incansável comissão de festas corria de um lado para o outro controlando as cervejas geladas, o porco no espeto e as extensões eléctricas manhosas que alimentavam as colunas, amplificadores e luzes no decrépito palco.

Por mais pulos, danças, rodopios e berros, nada parecia contagiar a multidão atordoada com tal qualidade de som. Deus dá nozes a quem não tem ouvidos. Quando tudo cheirava já a humilhação, os poucos mas bons amigos soltaram-se, subiram ao placo e pintaram a manta.

Em loucura com os B52's, ao som dos Talking Heads e em delírio com os Cutcopy, passando até pelo Prince e outros grandes clássicos, juntámo-nos em perfeita sinfonia a gozamos o prazer de sermos os gatos pingados desta história, ao melhor som, no meio de uma praceta singela e abandonada, numa pequena aldeia litoral do norte de Portugal. Como se não houvesse amanhã.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

baby love


Os bébés são seres minúsculos, frágeis, de cabelito raro e olhos encolhidos. Carregas o teu durante 9 meses, com muitos sustos e receios pelo meio, dás á luz num mar de dores e dúvidas e depois de tanto nervoso miudinho, o sujeito agarra-te o dedo com as suas mini mãos e os seus mini dedos e kaput... acaba-se tudo e começam novas vidas: a dele e a tua.

Eu não tenho filhos e não sei se terei, mas tenho muitos "sobrinhos" e espero que a "família" continue a aumentar.

Hoje, que vi mais um dos pequenitos a crescer, nas fotos de médico, fiquei toda babada e desejo felicidades a todas as mães da minha vida.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

malditas férias

As férias deixam as pessoas malucas. Não quero ser desmancha prazeres, mas vejamos: faltam 15 dias para eu ir de férias, certo? E depois vou estar de férias 15 dias.

Ora, que me adianta andar a contar os dias sofregamente se ainda falta tanto tempo para lá chegar como o que vou lá estar!! É até um pouco deprimente... Ainda se fosse uma contagem descrescente para, pelo menos, um mês idilico sem telefones...

E não me venham dizer que é muito tempo e que ao fim de uma semana até nos começamos a sentir desorientados: RIDÍCULO!

Como muito sabiamente me ensinaram: a primeira semana é para pensar no trabalho, a segunda semana é para pensar que já não se pensa em trabalho e a terceira é para deixar de se pensar! Como vêm: perfeito.

Por isso relaxem, deixem-se de pressas, porque 15 dias de férias não significam uma interminável travessia no tempo, são apenas dias que passam tão rápido como os de trabalho. E quem já esperou tanto...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

mmm...

Bolas, já nem me lembrava o que era passar um fim de semana em casa, em dolce fare niente.

Deu para dormir sonecas repetidas, num sono infinito, deu também para arrumar aqueles papéis velhos (tanto papel se gasta neste país..).

Deu para usar aquele vestido de casa, levinho, andar descalça, pé ao léu, ler as revistas que ando a poupar ás linhas, para fazer render o investimento.

Deu para ver um dos filmes que coleccionamos e que nunca temos tempo de ver, deu para ver a família, de quem temos saudades, as quais nem sempre conseguimos matar devidamente.

Deu para ver a Maria Rita com a Orquestra Jazz de Matosinhos, brilhantes!

Deu também para ir á praia, por entre resmungos do tempo que insiste em não nos deixar gozar o merecido Verão.

AAaahhhh! Adoro o fim de semana.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

despertar


Despertar.
Depois de um sono reparador, que saudades, já nem me lembrava o quão leve e subtil era a minha noite. Vivam os olhos sem peso e sem névoas, a cabeça atenta e arejada, os músculos ágeis, a respiração normal e sobretudo, a minha "velha" vontade que aparece, discreta e envergonhada e de quem eu tive tantas saudades nestes anos.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

o final da semana





O final da semana têm-se revelado proveitoso.

A pensar que as férias vão saber a pouco e com a vontade - renovada a cada dia que passa - de ver gente, estar com os amigos e experimentar coisas novas, estamos a tentar aproveitar cada oportunidade.

Este que passou foi tempo de rever novamente os amigos de longe. Para não pesar tanto ficou decidido que nos encontraríamos a meio. A A. descobriu um belo pretexto para nos pôr (literalmente) a mexer: levou-nos para a serra, para fazer uma bela duma caminhada. Assim sendo e porque há que lhe gabar o sentido prático e a perfeita organização, descortinou um local para assentar arraiais que muito nos agradou, no momento em que chegámos. Fomos para Vouzela, a caminho de Viseu, ao lado de S. Pedro do Sul e as suas termas e apenas a alguns kms dos percursos pedestres.

Palavras para quê - foi mais do mesmo! Foi BOM! Foi assim:

1º Ficamos deliciados com a hospitalidade da Casa Museu, no centro de Vouzela. Pessoas simples, simpáticas, muito informadas sobre a região e que nos receberam como família. O hotel é pequeno e muito charmoso, com retoques de antiquário mas com todas as comodidades e conforto. Acho que vamos sonhar durante muito tempo com o pequeno almoço digno de rei que nos esperava naquela manhã. Qual dieta qual quê? Quem resiste a pãezinhos de forno de lenha, com requeijão e doce de abóbora ou tomate! Ou ao bolo de canela fresquinho acompanhado por um cappucino fumarento. E aquele sumo de laranja...?!?!

2º O percurso pedestre foi um filme. Eu, como "marinheira" de primeira viagem senti-o na pele. Mas fiquei mais descansada quando todos eles concordaram que de facto não era coisa simples e que acabou por ser bem mais duro do que seria de esperar. Confesso que estava de rastos, no final. Quase que nem conseguia respirar quando a seguir ao último monte, afinal, ainda havia outro e o fim nunca mais chegava.. Mas tirando o esforço fisico, pois ainda hoje tenho dores terríveis nas pernocas, foi um passeio lindo, com cenários de cortar a respiração e com direito a banho de cascata...

3º Eu não sou grande apreciadora de carnes vermelhas, mas a vitela arouquesa é especial. Especialmente para quem comeu apenas um pãozito com queijo e uma banana todo o dia. Ah e um par de minis para hidratar, claro..com tremoços e batatas fritas. Honestamente: passamos o fim de semana todo a comer. Recomenda-se os pastéis de Vouzela e aquelas bolachas grandes abiscoitadas, de que não sei o nome..

4º Ainda existem praias sem gente aos Domingos. A praia fluvial do Vau é um exemplo. E restaurantes improvisados com entrecosto e frango na brasa e batatas fritas verdadeiras.

5º Para quem nunca experimentou o duche Vichy, que era o meu caso até agora, vão às termas. A carcaça descansa na horizontal e é massajada por mãos vigorosas, enquanto chove água lisa com cheiro a enxofre. Esta parte não é tão agradável, mas fica a crença de que pelo menos mal não faz. E depois de uma tareia como a do dia anterior penso que era clinicamente recomendável.

6º E se não tivesse de chegar ao fim? Quase quase, ainda jantamos em Aveiro, na Costa Nova. O final perfeito de um grande final de semana!

Bolas, só pensamos é quando é que será o próximo...

cucu

quarta-feira, 22 de julho de 2009

há festa na aldeia

























Neste dia acordamos estremunhados: olhos colados e sono molenga. Mas saltamos da cama, porque havia planos! Resistimos à tentação da preguiça, preparamos deliciosas sandes e fruta gelada, embrulhamos os flutes de cristal em panos de linho e com os nossos chapéus de palha entramos no carro e fomos... Para onde: durante a maior parte da viagem não sabia, era supresa!

Muitos kms depois passamos os portões em granito, que nos esperavam. A igreja estava inquieta e nos altifalantes espalhados pelo local ouvia-se a voz de um padre convicto e preocupado. Chamava-nos para as festas da santa e da aldeia, debitando horários e obrigações. Uns feirantes timidos enchiam mesas de cavacas, bolas e beijinhos e os nativos, em farpelas domingueiras seguiam em magotes, estrada acima e abaixo, procurando a procissão.

As fitas coloridas brincam com o vento, as cores espalham-se pelo chão, repleto de pétalas pisadas que libertam aroma doce e irresistível.

Estávamos no Caramulo, velho sanatório para tuberculosos e projecto de vida de alguns. Independentes e determinados, conquistaram honras estatais e despertaram muitas invejas. Mas hoje, estão abandonados e entregues ao fraco turismo. Dos velhos edifícios imponentes do estado novo, ficou o hotel, erguendo-se com alguma dignidade mas a precisar de mãos mais capazes e mais visão. Em frente, no Museu do Caramulo, o espólio homenageado da família Lacerda vive com muito esforço, através dos sucessores que não negam a sua história familiar.

Gostámos muito e queremos voltar. Graças aos carros, às corridas e à simpática sra. do museu, que nos recebeu sem desconfiança e que, com paciência, nos contou todas as histórias.

domingo, 19 de julho de 2009

o tempo


Facto consumado: o tempo passa.

Agora, o que me intriga, é que umas vezes passa rápido, veloz, sem pestanejar sequer. Outras, porém, arrasta-se como um gigante relógio, dentro da minha cabeça, onde os minutos caiem pesados, desdobrando horas e dias.

Assim, a vida passa: primeiro, aventureira, divertida, cheia de descobertas e loucuras, sempre a querer mais, saber mais. Afinal temos uma vida inteira para gozar.

Mais tarde, com mais sabedoria, com mais calma. Cada gota de tempo é sorvida com atenção aos detalhes e o nosso coração sossega e aprecia.

Caminhando para o fim, voa, foge-nos por entre os dedos, nunca chega para tudo o que se quer fazer. No fundo, o ciclo renova-se e voltamos ao principio. Mas com um prazo de validade bem mais curto.

Como me disseram, verdade profética e inevitável: aos sessenta já nada é como trinta. Enquanto eu me queixava de que ainda falta tanto tempo para as férias, e as semanas passam tão devagar!!, diziam-me que é ao contrário: o "ainda estamos em Julho" passa a "já estamos em Julho, ainda ontem começou o ano e daqui a nada já é Natal...".

Cuidado com o que se deseja. Oh tempo volta para trás...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

férias?

É de mim, ou está toda a gente de férias??

Minha gente, não pode ser! E eu??

segunda-feira, 13 de julho de 2009

2ª feira

Mais uma vez é 2ª Feira.

A frustração de nos depararmos com este dia é enorme. Nem a promessa de um dia de sol, de uma chávena de café espesso e fumegante ao chegar ao escritório ou até mesmo de um dia calmo já a cheirar a férias (as dos clientes não as minhas...) me faz esquecer que voltamos a abrir a porta às 8:15h, ligamos as luzes, o rádio, acendemos a vela da sorte, ligamos o computador e a máquina de café. Sentamo-nos a pensar em todas as pessoas com quem vamos ter de falar hoje e nas discussões e chatices que inevitavelmente se aproximam. Mas pior que tudo é que os minutos parecem horas, lentos e pesados, deprimentes. Ai...

Claro que o fim de semana está fresco ainda, os lençóis (novinhos, a estrear) ainda estão mornos e macios e a recordação de todas as coisas que inventamos, para tornar os nossos dias livres o mais especiais possíveis, torturam-me. Ontem, deliciamo-nos com uma sesta na cama por fazer, a sentir a brisa fresca que entrava no quarto, compassada pelas nossas respirações adormecidas. Hoje, resmungões e nervosos, amaldiçoamos o tempo indeciso e as longas horas de espera até chegarmos a casa outra vez.

O que vale é que amanhã já é 3ª F...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

happy hour

Então o que é que dá: Porto branco + água tónica (tem de ser Nordic) + amêijoas à bolhão pato + bse gelado (o vinho, não a outra cena) + entrecosto grelhado na brasa com saladinha de cherry com rúcula... Ora, amanhã conto-vos:)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

belle toujours


Assim, num fim de tarde de Julho, reunimo-nos naquela rua estreita de prédios cinzentos pintalgados pela despedida do sol. Ficámos sentadas à mesa, em cadeiras de ferro, copo de fino meio cheio, meio vazio e falámos, falámos, falámos. Coisas de gaja...

Estas minhas amigas são especiais. Tentamos estar juntas uma vez por mês. Nem sempre conseguimos mas a intenção é sempre a melhor. O curioso é que nos conhecemos há uma data de anos, fomos companheiras de carteira e de vida, descobrimos uma infinidade de coisas juntas. No entanto, somos mulheres muito diferentes. E os laços que ainda nos prendem estão impregnados de vontade de manter a diferença e de poder falar sobre ela. Aliás, é a nossa oportunidade de discutirmos novos assuntos, termos novas perspectivas e recebermos novos conselhos, maternais e compreensivos. Entretanto, de filhas passaram à mães e eu vejo-me ali sentada, de costa curvadinha, cabeça apoiada nas mãos a deliciar-me com os primeiros passos, palavras e grandes marotices.

Jantamos à grande e à francesa, nas Galerias de Paris. Nem de propósito...O sítio é bonito e agradável, com um ligeiro ar decandente a cheirar a Toulouse Lautrec em casa de merceeiro, cheia de vitrines e quinquilharias. As luzes baixam depois do martini, as meninas tentam explicar-nos a ementa de 4 pratos, as conversas sobem de tom em gargalhadas sonoras e novidades entusiasmadas. Relembram-se os bons velhos tempos, falam-se das pessoas que nunca mais vimos, espantamo-nos perante a passagem do tempo.

O serviço é que deixa um bocadinho a desejar, porque parece que querem mas não podem, o sítio pede mas não sabem bem como. Simpáticas e polidas, só não percebem nada de comida...E qd uma mesa de mulheres pede: "só com salada, pf" é pecado mortal mandar com batata a murro!!

terça-feira, 7 de julho de 2009

maus hábitos

Chiça, nunca mais é Sábado.
Eu habituava-me rápido a este papinho para o ar do fim de semana.

Hoje acordei com uma telha gigante. Há dias em que não queremos mesmo ter patrões a dizer-te, logo de manhã, o que deves ou não deves fazer. Começa o nervoso miudinho a subir pela espinha, os maus vinhos a acidular-te a boca e os olhos a rebolar! Ficas com a paciência reduzida a zero, a remoer incessantemente na mesma tecla...

Há dias em que mal valia ficar por casa, descansar a cabeça e preparar-te para um outro dia. O que interessa, na verdade, é o que és capaz de produzir e não o tempo em que o fazes. Não se negociaria aí um horário especial?

Estou aberta a sugestões. Desde que não sejam: "come e cala!"

segunda-feira, 6 de julho de 2009

para onde vais? vou para a festa!! de onde vens? venho da festa *yawwwwnnn*

Já não me lembrava de tanta festa seguida. Não há dúvida que o meu corpo e o meu espírito começam a recuperar: adorei o festival Mestiço e fui quase todas as noites, com o mesmo espírito e curiosidade. O meu bichinho da responsabilidade falou um pouco mais alto, ontem á noite, porque isto de começar a trabalhar ás 8 da manhã tem que se lhe diga... Perdi a coragem e deixei-me estar no quente. Mas com pena...

Na 5º F, apreciei a surpresa de ouvir e ver o JP Simões. Não esperava grande coisa e estava relaxadamente á espera do vozeirão da Virgínia Rodrigues. No entanto, ele revelou-se um comunicador/poeta espirituoso. Confesso que estava cansada, pelo que os acordes "zen" do Naná Vasconcelos não me arrebitaram e passei pelas brasas uma ou duas vezes..

O dia seguinte revelou-se muito mais proveitoso: ninguém resiste ao encanto de uma verdadeira Orquestra Imperial. Eram muitos e bons. Divertidos, animados e contagiantes. O público começou a aquecer, a música também e ninguém mostrava sinais de cansaço. Quando os Babylon Circus entraram em palco, ainda estávamos entusiasmados. Eles estiveram á altura e incendiaram a sala. No final, já perto das 2 da manhã, era ver quem mais gritava, pulava e batia palmas. Todos os finais de semana deveriam começar assim: uma verdadeira purga dos stresses e males do trabalho.

No Sábado, a boa disposição esteve sempre em alta e á noite lá estávamos, desta vez na Praça, porque o tempo o permitiu. Confesso que já não me soube ao mesmo. A sala Suggia é especial, esmagadora... O frio deixou-nos todos encolhidos e os berros da LA DI DAI não nos excitaram. Pelo contrário. Valeu pela actuação da Comunidade Nin-Jitsu: apesar das letras secas e brutais do funk brasileiro de favela, o rock clássico à mistura despertou a minha curiosidade. Aliás, eu estava de queixo caído a ouvi-los gritar "PERDI A MINHA ERVA" (diga-se: a letra mais soft da actuação) enquanto o público, na sua maioria na faixa etária dos 16-20 anos, batia palmas e gritava, sons cúmplices e entendedores. Aliás, os aromas por todo o recinto não deixavam dúvidas.

Os Natiruts, supostamente reggae brasileiro puro e duro, foram muito mais consensuais, com músicas leves e ligeiramente enjoativas, com tanta "POSITIVIDADE!!!". Não ficamos até ao fim, porque não havia mais nada a esperar e para os ouvir tanto fazia ser lá como em casa.

Ontem, depois de termos dormido quase todo o dia, baldei-me. O N. foi na mesma, para tirar a limpo o que os Konono prometiam. Veio satisfeito, valeu a pena. Eu, meia arrependida, penso que, pelo menos, para o ano há mais!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

mestiço


ai vou vou! e todos os dias!!
Depois seguirão os devidos comentários...

terça-feira, 30 de junho de 2009

peixocas



Ah pois, duvidaram não foi? Eu também. O facto é que vieram mesmo do mar, não do frigorífico industrial. O facto é que foram arranjados em casa, esventrados, retalhados e escamados. E o facto é que já os comemos fritos, grelhados e continuaremos a fazê-lo durante uns tempos, mesmo aqueles de que não sabemos o nome. Eu fiquei orgulhosa deste meu marinheiro de primeira viagem.

Ah! Também fiquei fascinada com os seus grandes olhos e ar pachorrento e as suas barrigas gorduchas e apetitosas.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

os sempre em festa


Ora, esta vida tem sido dura! O fim de semana foi de celebrações...Sinceramente, depois do S. João, tudo pedia descanso: corpo e mente. Mas qual quê! Em vertigem alucinante, as festas multiplicam-se..Sejam de aniversário, inauguração de casa ou homenagem ao pescador do ano! Desde Sexta que estamos em festividades e todos se esmeram nos cozinhados - especialmente nas malévolas sobremesas. Por isso, aqui, hoje, declaro guerra aos bolos, bolinhos e bolecos de amêndoa, chocolate ou iogurte! Chega de vinho branco fresquinho, tinto reconfortante ou espumante em jorro. Venham sumos light, os chás drenantes e as caminhadas na praia! Mas mais importante que tudo: CONVENÇAM-ME!!

sábado, 27 de junho de 2009

festas



Os dias têm passado a voar. Mas tanto que nem tenho tido tempo de me sentar calmamente a pensar na vida.
De qualquer forma, como mais vale tarde que nunca, só queria deixar registo do nosso S. João. Simples, calmo, familiar. Com tudo a que se tem direito: sardinhas tostadinhas deitadas na broa, chouriço ainda a crepitar da brasa e uma panóplia de coisas boas, para acalmar os estômagos sôfregos e que já não nos deixaram atacar o caldo verde no final da noite, senão tinhamos rebolado ate casa.
É bom ver como as coisas acontecem, de improviso, sem qualquer contrangimento. Parabéns à grande corajosa que tudo prepara e dá, sem pedir nada em troca e sempre com um sorriso nos lábios. Mesmo quando de 6 passamos a 14!!! Faz-nos sentir em casa. Muito obrigado.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

sun day

Ontem passamos o dia na praia. Tenho de falar sobre isto porque não foi simplesmente mais um dia de praia, com lancheira, guarda sol e protector solar 50. Mais um entre um milhão de pessoas, encostadas umas ás outras, cheias de bolas, raquetes, discos e outros acessórios de entretenimento. E que para chegarem ao mar para aqueles espectaculares mergulhos, correm pelo areal desenfreados, calcando toalhas e até pessoas, com a graciosidade de um hippo!
AAhhh, grande praia, que vida BOA. Com acesso por terra complicado pela enorme distância e acesso de carro impossível pela preservação de reserva natural. Mas quem conhece sabe que existe um modesto barquito que nos leva a todos e que nos deixa em terra firme, com a praia só para nós. Assim dormimos, comemos, preguiçamos sobre um sol arrasador. Entre a confusão das pranchas e pés de pato, deu para tomar banhocas medricas e refrescar os corpos escaldados e ao final da tarde, já derrubados tiramos cochilos na morna.
Depois voltamos, ao sabor das ondas, a pensar que cada dia é novo e que nada é certo. Temos é de fazer com que sejam mais e sempre melhores.
Hoje o sol está timido e escondeu-se. Depois do dia de ontem estamos incrédulos. Será que o S. Pedro se zangou com o S. João?

terça-feira, 16 de junho de 2009

chill out


Que bom ir de férias! Prefiro tê-las curtas mas repletas de recordações, momentos e detalhes de importância maior. Que diga-se: foram vários e directos ao coração. Soube a muito, durou pouco mas sobretudo deixou-nos o rasto do aroma do pão alentejano a sair do forno, o peixe fresco a repousar ainda no barco, as amêijoas a boiar em vinho branco e alho e muitos banhos de mar e de sol, muitas sonecas reboladas na areia.
Agora estamos de volta, mas os sorrisos ainda perduram...

terça-feira, 9 de junho de 2009

los feriados


Pronto, secalhar não vai ser assim tão bom. E pronto, talvez as águas não sejam tão quentes e azuis, secalhar até vai estar a chover e vamos ter sorte se conseguirmos despir os polares da Gap.

Mas se o sol nos der a honra da sua presença, se as ameijoas estiverem a estalar, o pãozinho a sair do forno e não nos esquecermos dos livros em casa, aaaahhh, que vidão!

É oficial: vamos de férias. Infelizmente, voltamos já...

domingo, 7 de junho de 2009

storia storia


Há coisas que simplesmente adoramos. A música é a continuação do meu pensamento. Em cada nota, cada ritmo, cada som, se me cair bem, o meu intimo sofre e chora ou regozija-se e sorri. Imagino mil situações, relembro outras tantas. É um catalizador dos meus sonhos, desejos e recordações.

Assim sendo, eu própria gostaria de cantar pois é uma das formas mais bonitas de nos expressarmos. Esse dom não me foi atribuído. Mas se cantasse, cantasse mesmo, a minha voz seria a da Mayra Andrade. Por vezes límpida e calmante, com gemidos suaves e quentes, do seu sangue cabo-verdiano. Mas também, muitas vezes, rouca, grave, interventiva, que desafia as regras, faz-nos tremer de emoção.

Apesar de ter uma natureza demasiado indecisa, quando gosto, gosto mesmo, gosto muito. E por isso, venha o que vier ou digam o que disserem, eu vou gostar sempre desta mulher, desta voz que me conforta.

Depois de "Navega", "Storia Storia" saiu no mercado português na passada semana. Nós fomos revê-la no Coliseu do Porto, para matar saudades. Até ao próximo encontro.