terça-feira, 17 de novembro de 2009

cap vert nha cretcheu




De verde não tem muito, temos que admitir.

Esta ilha é seca e árida, as poucas praias que existem são areia preta ou calhau e a distância entre uma ponta e a outra não ultrapassa os 25km. Mas foi amor à primeira vista, desde o momento em que os pés pousaram em terra, logo tomados pelo pó vermelho que cobre a pequena pista de S. Pedro.

É ter tudo sem ter nada, povo elegante e de palavras meigas, olhos macios e disponíveis. Amantes e amigos, vivem com pouco e não querem muito mais. Como nos disseram os nossos anfitriões nas primeiras noites: Les Cap Verdiennes fait tout doucement...

Mindelo, cidade da música, recebe-nos de braços abertos: sempre perdidos mas sempre encontrados. Nilza levou-nos, deu-nos de comer e a partir daí vagueamos pelas ruas estreitas, em turbilhão, espreitando cada casa e desfiando conversas de storias de vida. O amor, nha cretcheu a Cabo Verde, une raças e filosofias e trocamos sorrisos com quem passa a troco de nada.

As praias de areia vulcânica, o mar turquesa de vontade forte, os trilhos de terra quase a parecerem estradas, onde placas derrubadas impedem o acesso privilegiado. A Baía das Gatas, o ferry para Santo Antão e a descoberta da Ponta do Sol, onde o N. se rendeu e queria ficar...Tudo nos fez acreditar que em breve voltamos e desfazemos as últimas dúvidas.

Até lá, há que seguir os ensinamentos grandes da Morabeza e quiçá: e se a coisa pega?
Com nos disse a bonita que se veio despedir: tudo o que é bom acaba rápido demais.

2 comentários:

Ana disse...

queremos fotos e relatos mais completos :)

Marta Mourão disse...

O que eu achei de Cabo Verde foi precisamente que são o país africano mais cool que existe. Mais chill out. E os olhos claros? Pessoas lindas de morrer!...