terça-feira, 30 de junho de 2009

peixocas



Ah pois, duvidaram não foi? Eu também. O facto é que vieram mesmo do mar, não do frigorífico industrial. O facto é que foram arranjados em casa, esventrados, retalhados e escamados. E o facto é que já os comemos fritos, grelhados e continuaremos a fazê-lo durante uns tempos, mesmo aqueles de que não sabemos o nome. Eu fiquei orgulhosa deste meu marinheiro de primeira viagem.

Ah! Também fiquei fascinada com os seus grandes olhos e ar pachorrento e as suas barrigas gorduchas e apetitosas.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

os sempre em festa


Ora, esta vida tem sido dura! O fim de semana foi de celebrações...Sinceramente, depois do S. João, tudo pedia descanso: corpo e mente. Mas qual quê! Em vertigem alucinante, as festas multiplicam-se..Sejam de aniversário, inauguração de casa ou homenagem ao pescador do ano! Desde Sexta que estamos em festividades e todos se esmeram nos cozinhados - especialmente nas malévolas sobremesas. Por isso, aqui, hoje, declaro guerra aos bolos, bolinhos e bolecos de amêndoa, chocolate ou iogurte! Chega de vinho branco fresquinho, tinto reconfortante ou espumante em jorro. Venham sumos light, os chás drenantes e as caminhadas na praia! Mas mais importante que tudo: CONVENÇAM-ME!!

sábado, 27 de junho de 2009

festas



Os dias têm passado a voar. Mas tanto que nem tenho tido tempo de me sentar calmamente a pensar na vida.
De qualquer forma, como mais vale tarde que nunca, só queria deixar registo do nosso S. João. Simples, calmo, familiar. Com tudo a que se tem direito: sardinhas tostadinhas deitadas na broa, chouriço ainda a crepitar da brasa e uma panóplia de coisas boas, para acalmar os estômagos sôfregos e que já não nos deixaram atacar o caldo verde no final da noite, senão tinhamos rebolado ate casa.
É bom ver como as coisas acontecem, de improviso, sem qualquer contrangimento. Parabéns à grande corajosa que tudo prepara e dá, sem pedir nada em troca e sempre com um sorriso nos lábios. Mesmo quando de 6 passamos a 14!!! Faz-nos sentir em casa. Muito obrigado.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

sun day

Ontem passamos o dia na praia. Tenho de falar sobre isto porque não foi simplesmente mais um dia de praia, com lancheira, guarda sol e protector solar 50. Mais um entre um milhão de pessoas, encostadas umas ás outras, cheias de bolas, raquetes, discos e outros acessórios de entretenimento. E que para chegarem ao mar para aqueles espectaculares mergulhos, correm pelo areal desenfreados, calcando toalhas e até pessoas, com a graciosidade de um hippo!
AAhhh, grande praia, que vida BOA. Com acesso por terra complicado pela enorme distância e acesso de carro impossível pela preservação de reserva natural. Mas quem conhece sabe que existe um modesto barquito que nos leva a todos e que nos deixa em terra firme, com a praia só para nós. Assim dormimos, comemos, preguiçamos sobre um sol arrasador. Entre a confusão das pranchas e pés de pato, deu para tomar banhocas medricas e refrescar os corpos escaldados e ao final da tarde, já derrubados tiramos cochilos na morna.
Depois voltamos, ao sabor das ondas, a pensar que cada dia é novo e que nada é certo. Temos é de fazer com que sejam mais e sempre melhores.
Hoje o sol está timido e escondeu-se. Depois do dia de ontem estamos incrédulos. Será que o S. Pedro se zangou com o S. João?

terça-feira, 16 de junho de 2009

chill out


Que bom ir de férias! Prefiro tê-las curtas mas repletas de recordações, momentos e detalhes de importância maior. Que diga-se: foram vários e directos ao coração. Soube a muito, durou pouco mas sobretudo deixou-nos o rasto do aroma do pão alentejano a sair do forno, o peixe fresco a repousar ainda no barco, as amêijoas a boiar em vinho branco e alho e muitos banhos de mar e de sol, muitas sonecas reboladas na areia.
Agora estamos de volta, mas os sorrisos ainda perduram...

terça-feira, 9 de junho de 2009

los feriados


Pronto, secalhar não vai ser assim tão bom. E pronto, talvez as águas não sejam tão quentes e azuis, secalhar até vai estar a chover e vamos ter sorte se conseguirmos despir os polares da Gap.

Mas se o sol nos der a honra da sua presença, se as ameijoas estiverem a estalar, o pãozinho a sair do forno e não nos esquecermos dos livros em casa, aaaahhh, que vidão!

É oficial: vamos de férias. Infelizmente, voltamos já...

domingo, 7 de junho de 2009

storia storia


Há coisas que simplesmente adoramos. A música é a continuação do meu pensamento. Em cada nota, cada ritmo, cada som, se me cair bem, o meu intimo sofre e chora ou regozija-se e sorri. Imagino mil situações, relembro outras tantas. É um catalizador dos meus sonhos, desejos e recordações.

Assim sendo, eu própria gostaria de cantar pois é uma das formas mais bonitas de nos expressarmos. Esse dom não me foi atribuído. Mas se cantasse, cantasse mesmo, a minha voz seria a da Mayra Andrade. Por vezes límpida e calmante, com gemidos suaves e quentes, do seu sangue cabo-verdiano. Mas também, muitas vezes, rouca, grave, interventiva, que desafia as regras, faz-nos tremer de emoção.

Apesar de ter uma natureza demasiado indecisa, quando gosto, gosto mesmo, gosto muito. E por isso, venha o que vier ou digam o que disserem, eu vou gostar sempre desta mulher, desta voz que me conforta.

Depois de "Navega", "Storia Storia" saiu no mercado português na passada semana. Nós fomos revê-la no Coliseu do Porto, para matar saudades. Até ao próximo encontro.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

breakfast is on the table


Uuuuuhhhh, assim sim, pequeno almoço completo. Com uma destas, até era capaz de abdicar, de quando a quando, do meu muesli diário com iogurte de coco, a minha refeição favorita do dia!

terça-feira, 2 de junho de 2009

floating

Estes dias têm sido intoxicantemente aéreos. Parece que voo, flutuo em nuvens de algodão brancas e cinzas e, volta e meia, espreito a terra, ouço-vos falar, olhos expressivos, cheios de novidades. Respondo sempre, mas nem sei bem o quê e por vezes receio que a minha distracção seja evidente.

Vou a festas, espalho sorrisos, durmo na praia, sento-me na areia molhada, sou atropelada por ondas que não conseguiram crescer mas que me gelam e arrepiam.

Confundo os sonos e os sonhos, durmo de tarde, na fresca, embalada e grata pela corrente de ar.

Vou a mais festas, vejo fogo de cores e de pessoas altas e baixas, gordas e magras, secas e feias. Que fazemos nós ao homenagear santo que não conhecemos, nem a sardinha se safa este ano.

No meio de tudo isto, entre o dia e a noite, estou sentada nas minhas novas poltronas, que nos custaram os olhos da cara e eu choramingo, emocionada, pois nunca pensei que pudesse cá chegar, que fosse ter, que merecesse sequer.

E assim, cansados de mente e de bolso, mas felizes, ficamos sentados á luz parca das velas esgravatadas e sorrimos, cúmplices neste teatro de vida, pois assim se vai passando, ao sabor dos dias.