quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Viver para te amar, meu Rio de Janeiro





Ok, mais uma vez, ausentei-me por uns dias. Desta vez, porém, não foi a pregiça que me afastou das lides virtuais mas sim a minha quase habitual visita à minha 2ª cidade de mundo: o Rio de Janeiro!

A viagem é suada, as articulações atrofiam, o tédio assume proporções clautrofóbicas mas a primeira pegada em solo brasileiro sabe a casa. Cheira a casa, soa a casa... Continuo tão apaixonada como no primeiro dia em que lhe pus a vista em cima.

No entanto, desta vez, zangámo-nos. Arrufo de "namorados", mas foi sério e demorou um pouco para fazermos as pazes.

Tudo começou bem, com viagem directa para Búzios. O último paraíso (que eu conheça;P) na terra. Bem para mim, pelo menos: tem tudo! Praia, sossego, aldeia de pescadores, taxi barco que nos levam de onda em onda, suquinho, água de coco e mmuuiiitasss compras! Pronto, admito! Para quem me tomava por uma lírica delirante, com objectivos imateriais está redondamente enganado. Quando cheguei á Rua das Pedras até fiquei tonta com tantas lojas, roupas, sapatos, bikinis.. MEU DEUS!!!

Coitado do meu tio, que fez o sacrificio, pelo qual lhe agradeço publicamente, de aguentar estoicamente, sem um único queixume.

Dolce fare niente, muito bronze e lagosta grelhada na praia. ROAM-SE DE INVEJA!!

Só durou 2 dias...:))

Depois, no Rio, que como a nossa casa, tem coisas boas e coisas más apanhámos tempo tropical. Toda a gente agia muito naturalmente e passeavam-se pela rua como se estivessemos no pino do verão. De facto estavam 30º, mas a humidade era de 100% e chovia torrencialmente.

A chuva é grossa, quente.. Molha mesmo, inunda, tapa-nos a visão, lava ruas e almas, menos a minha que por algum tempo só via lixo e miséria. O rio vive apertado entre favelas. E não, não falo da Rocinha, que é uma favela turística com "regras de etiqueta" e "Códigos de honra" para bandido. Falo das várias "Cidades de Deus" que se espalham viricamente pelos arrabaldes. Ás vezes penso que turista que chega ao Rio e segue do aeroporto para a cidade, deve ficar com vontade de voltar para trás imediatamente, para de onde veio. Será de propósito?

Ainda deu tempo para passear em Copacabana, Ipanema, no centro, a visitar a Colombo, com direito a quindim e tartelete de maracujá e almoçaradas orgiásticas no Porcãos Rio e a feijoada do Copa, no Sábado.

O pior foi visitar Shopping e sair a correr, angustiada e ligeiramente enjoada com a fauna e depois, no concerto da Bethânia, no Canecão, ver tantos solitários, à procura de companhia para uma noite, um pouco de calor humano. Que é que é preciso mais? Acabei por fazer as pazes com o Rio, quando a ouvi gritar, enquanto o povo pulava: "do lado sul do Equador o pecado não existe". No fundo, que se lixe, não é?

No regresso, fui batendo chapa dos milhares de insólitos cariocas. Depois, devo arranjar uma ou outra recordação paradisíaca, só para meter nojo!

Amo o meu Rio, até para o ano!!