sexta-feira, 31 de julho de 2009

despertar


Despertar.
Depois de um sono reparador, que saudades, já nem me lembrava o quão leve e subtil era a minha noite. Vivam os olhos sem peso e sem névoas, a cabeça atenta e arejada, os músculos ágeis, a respiração normal e sobretudo, a minha "velha" vontade que aparece, discreta e envergonhada e de quem eu tive tantas saudades nestes anos.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

o final da semana





O final da semana têm-se revelado proveitoso.

A pensar que as férias vão saber a pouco e com a vontade - renovada a cada dia que passa - de ver gente, estar com os amigos e experimentar coisas novas, estamos a tentar aproveitar cada oportunidade.

Este que passou foi tempo de rever novamente os amigos de longe. Para não pesar tanto ficou decidido que nos encontraríamos a meio. A A. descobriu um belo pretexto para nos pôr (literalmente) a mexer: levou-nos para a serra, para fazer uma bela duma caminhada. Assim sendo e porque há que lhe gabar o sentido prático e a perfeita organização, descortinou um local para assentar arraiais que muito nos agradou, no momento em que chegámos. Fomos para Vouzela, a caminho de Viseu, ao lado de S. Pedro do Sul e as suas termas e apenas a alguns kms dos percursos pedestres.

Palavras para quê - foi mais do mesmo! Foi BOM! Foi assim:

1º Ficamos deliciados com a hospitalidade da Casa Museu, no centro de Vouzela. Pessoas simples, simpáticas, muito informadas sobre a região e que nos receberam como família. O hotel é pequeno e muito charmoso, com retoques de antiquário mas com todas as comodidades e conforto. Acho que vamos sonhar durante muito tempo com o pequeno almoço digno de rei que nos esperava naquela manhã. Qual dieta qual quê? Quem resiste a pãezinhos de forno de lenha, com requeijão e doce de abóbora ou tomate! Ou ao bolo de canela fresquinho acompanhado por um cappucino fumarento. E aquele sumo de laranja...?!?!

2º O percurso pedestre foi um filme. Eu, como "marinheira" de primeira viagem senti-o na pele. Mas fiquei mais descansada quando todos eles concordaram que de facto não era coisa simples e que acabou por ser bem mais duro do que seria de esperar. Confesso que estava de rastos, no final. Quase que nem conseguia respirar quando a seguir ao último monte, afinal, ainda havia outro e o fim nunca mais chegava.. Mas tirando o esforço fisico, pois ainda hoje tenho dores terríveis nas pernocas, foi um passeio lindo, com cenários de cortar a respiração e com direito a banho de cascata...

3º Eu não sou grande apreciadora de carnes vermelhas, mas a vitela arouquesa é especial. Especialmente para quem comeu apenas um pãozito com queijo e uma banana todo o dia. Ah e um par de minis para hidratar, claro..com tremoços e batatas fritas. Honestamente: passamos o fim de semana todo a comer. Recomenda-se os pastéis de Vouzela e aquelas bolachas grandes abiscoitadas, de que não sei o nome..

4º Ainda existem praias sem gente aos Domingos. A praia fluvial do Vau é um exemplo. E restaurantes improvisados com entrecosto e frango na brasa e batatas fritas verdadeiras.

5º Para quem nunca experimentou o duche Vichy, que era o meu caso até agora, vão às termas. A carcaça descansa na horizontal e é massajada por mãos vigorosas, enquanto chove água lisa com cheiro a enxofre. Esta parte não é tão agradável, mas fica a crença de que pelo menos mal não faz. E depois de uma tareia como a do dia anterior penso que era clinicamente recomendável.

6º E se não tivesse de chegar ao fim? Quase quase, ainda jantamos em Aveiro, na Costa Nova. O final perfeito de um grande final de semana!

Bolas, só pensamos é quando é que será o próximo...

cucu

quarta-feira, 22 de julho de 2009

há festa na aldeia

























Neste dia acordamos estremunhados: olhos colados e sono molenga. Mas saltamos da cama, porque havia planos! Resistimos à tentação da preguiça, preparamos deliciosas sandes e fruta gelada, embrulhamos os flutes de cristal em panos de linho e com os nossos chapéus de palha entramos no carro e fomos... Para onde: durante a maior parte da viagem não sabia, era supresa!

Muitos kms depois passamos os portões em granito, que nos esperavam. A igreja estava inquieta e nos altifalantes espalhados pelo local ouvia-se a voz de um padre convicto e preocupado. Chamava-nos para as festas da santa e da aldeia, debitando horários e obrigações. Uns feirantes timidos enchiam mesas de cavacas, bolas e beijinhos e os nativos, em farpelas domingueiras seguiam em magotes, estrada acima e abaixo, procurando a procissão.

As fitas coloridas brincam com o vento, as cores espalham-se pelo chão, repleto de pétalas pisadas que libertam aroma doce e irresistível.

Estávamos no Caramulo, velho sanatório para tuberculosos e projecto de vida de alguns. Independentes e determinados, conquistaram honras estatais e despertaram muitas invejas. Mas hoje, estão abandonados e entregues ao fraco turismo. Dos velhos edifícios imponentes do estado novo, ficou o hotel, erguendo-se com alguma dignidade mas a precisar de mãos mais capazes e mais visão. Em frente, no Museu do Caramulo, o espólio homenageado da família Lacerda vive com muito esforço, através dos sucessores que não negam a sua história familiar.

Gostámos muito e queremos voltar. Graças aos carros, às corridas e à simpática sra. do museu, que nos recebeu sem desconfiança e que, com paciência, nos contou todas as histórias.

domingo, 19 de julho de 2009

o tempo


Facto consumado: o tempo passa.

Agora, o que me intriga, é que umas vezes passa rápido, veloz, sem pestanejar sequer. Outras, porém, arrasta-se como um gigante relógio, dentro da minha cabeça, onde os minutos caiem pesados, desdobrando horas e dias.

Assim, a vida passa: primeiro, aventureira, divertida, cheia de descobertas e loucuras, sempre a querer mais, saber mais. Afinal temos uma vida inteira para gozar.

Mais tarde, com mais sabedoria, com mais calma. Cada gota de tempo é sorvida com atenção aos detalhes e o nosso coração sossega e aprecia.

Caminhando para o fim, voa, foge-nos por entre os dedos, nunca chega para tudo o que se quer fazer. No fundo, o ciclo renova-se e voltamos ao principio. Mas com um prazo de validade bem mais curto.

Como me disseram, verdade profética e inevitável: aos sessenta já nada é como trinta. Enquanto eu me queixava de que ainda falta tanto tempo para as férias, e as semanas passam tão devagar!!, diziam-me que é ao contrário: o "ainda estamos em Julho" passa a "já estamos em Julho, ainda ontem começou o ano e daqui a nada já é Natal...".

Cuidado com o que se deseja. Oh tempo volta para trás...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

férias?

É de mim, ou está toda a gente de férias??

Minha gente, não pode ser! E eu??

segunda-feira, 13 de julho de 2009

2ª feira

Mais uma vez é 2ª Feira.

A frustração de nos depararmos com este dia é enorme. Nem a promessa de um dia de sol, de uma chávena de café espesso e fumegante ao chegar ao escritório ou até mesmo de um dia calmo já a cheirar a férias (as dos clientes não as minhas...) me faz esquecer que voltamos a abrir a porta às 8:15h, ligamos as luzes, o rádio, acendemos a vela da sorte, ligamos o computador e a máquina de café. Sentamo-nos a pensar em todas as pessoas com quem vamos ter de falar hoje e nas discussões e chatices que inevitavelmente se aproximam. Mas pior que tudo é que os minutos parecem horas, lentos e pesados, deprimentes. Ai...

Claro que o fim de semana está fresco ainda, os lençóis (novinhos, a estrear) ainda estão mornos e macios e a recordação de todas as coisas que inventamos, para tornar os nossos dias livres o mais especiais possíveis, torturam-me. Ontem, deliciamo-nos com uma sesta na cama por fazer, a sentir a brisa fresca que entrava no quarto, compassada pelas nossas respirações adormecidas. Hoje, resmungões e nervosos, amaldiçoamos o tempo indeciso e as longas horas de espera até chegarmos a casa outra vez.

O que vale é que amanhã já é 3ª F...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

happy hour

Então o que é que dá: Porto branco + água tónica (tem de ser Nordic) + amêijoas à bolhão pato + bse gelado (o vinho, não a outra cena) + entrecosto grelhado na brasa com saladinha de cherry com rúcula... Ora, amanhã conto-vos:)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

belle toujours


Assim, num fim de tarde de Julho, reunimo-nos naquela rua estreita de prédios cinzentos pintalgados pela despedida do sol. Ficámos sentadas à mesa, em cadeiras de ferro, copo de fino meio cheio, meio vazio e falámos, falámos, falámos. Coisas de gaja...

Estas minhas amigas são especiais. Tentamos estar juntas uma vez por mês. Nem sempre conseguimos mas a intenção é sempre a melhor. O curioso é que nos conhecemos há uma data de anos, fomos companheiras de carteira e de vida, descobrimos uma infinidade de coisas juntas. No entanto, somos mulheres muito diferentes. E os laços que ainda nos prendem estão impregnados de vontade de manter a diferença e de poder falar sobre ela. Aliás, é a nossa oportunidade de discutirmos novos assuntos, termos novas perspectivas e recebermos novos conselhos, maternais e compreensivos. Entretanto, de filhas passaram à mães e eu vejo-me ali sentada, de costa curvadinha, cabeça apoiada nas mãos a deliciar-me com os primeiros passos, palavras e grandes marotices.

Jantamos à grande e à francesa, nas Galerias de Paris. Nem de propósito...O sítio é bonito e agradável, com um ligeiro ar decandente a cheirar a Toulouse Lautrec em casa de merceeiro, cheia de vitrines e quinquilharias. As luzes baixam depois do martini, as meninas tentam explicar-nos a ementa de 4 pratos, as conversas sobem de tom em gargalhadas sonoras e novidades entusiasmadas. Relembram-se os bons velhos tempos, falam-se das pessoas que nunca mais vimos, espantamo-nos perante a passagem do tempo.

O serviço é que deixa um bocadinho a desejar, porque parece que querem mas não podem, o sítio pede mas não sabem bem como. Simpáticas e polidas, só não percebem nada de comida...E qd uma mesa de mulheres pede: "só com salada, pf" é pecado mortal mandar com batata a murro!!

terça-feira, 7 de julho de 2009

maus hábitos

Chiça, nunca mais é Sábado.
Eu habituava-me rápido a este papinho para o ar do fim de semana.

Hoje acordei com uma telha gigante. Há dias em que não queremos mesmo ter patrões a dizer-te, logo de manhã, o que deves ou não deves fazer. Começa o nervoso miudinho a subir pela espinha, os maus vinhos a acidular-te a boca e os olhos a rebolar! Ficas com a paciência reduzida a zero, a remoer incessantemente na mesma tecla...

Há dias em que mal valia ficar por casa, descansar a cabeça e preparar-te para um outro dia. O que interessa, na verdade, é o que és capaz de produzir e não o tempo em que o fazes. Não se negociaria aí um horário especial?

Estou aberta a sugestões. Desde que não sejam: "come e cala!"

segunda-feira, 6 de julho de 2009

para onde vais? vou para a festa!! de onde vens? venho da festa *yawwwwnnn*

Já não me lembrava de tanta festa seguida. Não há dúvida que o meu corpo e o meu espírito começam a recuperar: adorei o festival Mestiço e fui quase todas as noites, com o mesmo espírito e curiosidade. O meu bichinho da responsabilidade falou um pouco mais alto, ontem á noite, porque isto de começar a trabalhar ás 8 da manhã tem que se lhe diga... Perdi a coragem e deixei-me estar no quente. Mas com pena...

Na 5º F, apreciei a surpresa de ouvir e ver o JP Simões. Não esperava grande coisa e estava relaxadamente á espera do vozeirão da Virgínia Rodrigues. No entanto, ele revelou-se um comunicador/poeta espirituoso. Confesso que estava cansada, pelo que os acordes "zen" do Naná Vasconcelos não me arrebitaram e passei pelas brasas uma ou duas vezes..

O dia seguinte revelou-se muito mais proveitoso: ninguém resiste ao encanto de uma verdadeira Orquestra Imperial. Eram muitos e bons. Divertidos, animados e contagiantes. O público começou a aquecer, a música também e ninguém mostrava sinais de cansaço. Quando os Babylon Circus entraram em palco, ainda estávamos entusiasmados. Eles estiveram á altura e incendiaram a sala. No final, já perto das 2 da manhã, era ver quem mais gritava, pulava e batia palmas. Todos os finais de semana deveriam começar assim: uma verdadeira purga dos stresses e males do trabalho.

No Sábado, a boa disposição esteve sempre em alta e á noite lá estávamos, desta vez na Praça, porque o tempo o permitiu. Confesso que já não me soube ao mesmo. A sala Suggia é especial, esmagadora... O frio deixou-nos todos encolhidos e os berros da LA DI DAI não nos excitaram. Pelo contrário. Valeu pela actuação da Comunidade Nin-Jitsu: apesar das letras secas e brutais do funk brasileiro de favela, o rock clássico à mistura despertou a minha curiosidade. Aliás, eu estava de queixo caído a ouvi-los gritar "PERDI A MINHA ERVA" (diga-se: a letra mais soft da actuação) enquanto o público, na sua maioria na faixa etária dos 16-20 anos, batia palmas e gritava, sons cúmplices e entendedores. Aliás, os aromas por todo o recinto não deixavam dúvidas.

Os Natiruts, supostamente reggae brasileiro puro e duro, foram muito mais consensuais, com músicas leves e ligeiramente enjoativas, com tanta "POSITIVIDADE!!!". Não ficamos até ao fim, porque não havia mais nada a esperar e para os ouvir tanto fazia ser lá como em casa.

Ontem, depois de termos dormido quase todo o dia, baldei-me. O N. foi na mesma, para tirar a limpo o que os Konono prometiam. Veio satisfeito, valeu a pena. Eu, meia arrependida, penso que, pelo menos, para o ano há mais!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

mestiço


ai vou vou! e todos os dias!!
Depois seguirão os devidos comentários...