quarta-feira, 22 de julho de 2009

há festa na aldeia

























Neste dia acordamos estremunhados: olhos colados e sono molenga. Mas saltamos da cama, porque havia planos! Resistimos à tentação da preguiça, preparamos deliciosas sandes e fruta gelada, embrulhamos os flutes de cristal em panos de linho e com os nossos chapéus de palha entramos no carro e fomos... Para onde: durante a maior parte da viagem não sabia, era supresa!

Muitos kms depois passamos os portões em granito, que nos esperavam. A igreja estava inquieta e nos altifalantes espalhados pelo local ouvia-se a voz de um padre convicto e preocupado. Chamava-nos para as festas da santa e da aldeia, debitando horários e obrigações. Uns feirantes timidos enchiam mesas de cavacas, bolas e beijinhos e os nativos, em farpelas domingueiras seguiam em magotes, estrada acima e abaixo, procurando a procissão.

As fitas coloridas brincam com o vento, as cores espalham-se pelo chão, repleto de pétalas pisadas que libertam aroma doce e irresistível.

Estávamos no Caramulo, velho sanatório para tuberculosos e projecto de vida de alguns. Independentes e determinados, conquistaram honras estatais e despertaram muitas invejas. Mas hoje, estão abandonados e entregues ao fraco turismo. Dos velhos edifícios imponentes do estado novo, ficou o hotel, erguendo-se com alguma dignidade mas a precisar de mãos mais capazes e mais visão. Em frente, no Museu do Caramulo, o espólio homenageado da família Lacerda vive com muito esforço, através dos sucessores que não negam a sua história familiar.

Gostámos muito e queremos voltar. Graças aos carros, às corridas e à simpática sra. do museu, que nos recebeu sem desconfiança e que, com paciência, nos contou todas as histórias.

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