sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011


10, 9, 8, 7, 6......2, 1... tchibum!!
Estamos estourados, saturados, descrentes e nervosos. De mal a pior vai tudo. De pior a quê agora, pergunto eu?
No entanto, agradeço cada minuto deste ano que agora termina, cada decisão, cada passo em frente. Seja qual o futuro ao virar desta esquina da qual me aproximo, já valeu a pena provar, sobretudo a mim própria, que afinal sempre existem os sonhos que merecem a nossa luta e o nosso esforço.

E que na pior conjectura, os mais loucos fecham os olhos e lançam-se no abismo. E surpresa das surpresas: pode até resultar!

Por isso brindo ao sucesso, sem pressa e de passo firme e estável. De cozinhar lento e profundo, para ninguém negar. Para mim e para os meus, que todos os dias acordam na incerteza da aposta que fizeram.
Partam-se copos, beijem-se faces, façam-se e desfaçam-se os abraços nesta terna e longa noite, a de todas as promessas do mundo.

Feliz 2011.



sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natalício

Tudo o que eu peço no Natal é um novo ano igual a este.

As ausências justificam-se, a motivação aumenta, o desejo de concretizar cresce. A pessoa que eu sou também.

Obrigado aos amigos: os que gostaram e os que ajudaram, os que estão longe mas desejaram bem e os que estão perto e nos seguraram a mão. Os que me que secaram as lágrimas e festejaram sucessos. E os que nunca duvidaram mesmo quando eu própria não acreditava.

E obrigado à família: incondicionais e cheios de amor em cada gesto.

E por isso, resta-me tentar retribuir esta eterna dívida de gratidão com desejos de anos iguais, dias iguais ao mais felizes de sempre.

Feliz Natal!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

on the making...


E estas são as novidades.
E por isso andei a partir a cabeça nos últimos meses, a ganhar coragem, a tomar decisões custosas e a esquecer-me de tantos pequenos prazeres, em prol da concretização de um sonho.
On the making ainda e apenas, sem garantias nem promessas.
Mas cheio de esperança.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

era uma vez...



E viveram felizes para sempre...
E eu chorei, claro está:)

sábado, 24 de julho de 2010

Vasco


Hoje é o dia do casamento do Vasco.

Pediram-me para fazer um discurso a seguir à cerimónia. Logo eu, que tenho pânico de público.

Mas como é que se diz que não a um irmão?

Por isso decidi que não ia pensar muito nisso e no dia, na hora, diria apenas o que me vai na alma:

Eu e o Vasco estamos separados por 5 anos de vida. Que eu tenho a mais. Mas nem sempre parece: a verdade é que o Vasco é uma criatura diferente. Que quer passar despercebido, mais uma face na multidão...

Costumo pensar que somos ambos um produto processado dos nossos pais. E ele ficou com a parte melhor. Eu sou toda emoção e coração, dispersa e confusa, carente. Ele, pelo contrário, é tranquilidade, segurança e razão. Sabe o que quer, o que faz e para onde vai. E é dedicado, fiel e rigoroso. Em suma, é um belo de um rapaz. E eu gabo-o, mesmo sendo suspeita, porque desta fibra há poucos.

E embora nem sempre os nossos caminhos se tenham cruzado tanto como poderiam, eu observo-o e aprecio-o. Sei que, em proporção microscópica , ele bebeu da minha influência e aproveitou-a, com um sentido de humor notável e fluido, que eu tão bem compreendo e que nos torna ainda mais próximos.

Para além do óbvio carinho fraternal que nos une, existe uma profunda admiração pelo meu sangue, a correr noutras veias, mais puro e filtrado, com identidade própria e sem medo. E ao mesmo tempo, a rebentar de orgulho, deixo-me estar sob a sombra protectora da sua asa, que agora se espalha sobre mim, continuação desejada da família unida que temos sido sempre.

E invejo hoje quem o leva, pela mão, pois a aposta foi ganha, o investimento é seguro e a vida vai sorrir-lhes. De orelha a orelha. Com certeza.



quarta-feira, 7 de julho de 2010

changing

Xxxxiiiiiiiiiii!

De Abril a Julho, como é que me vou redimir... ??

Apenas por dizer que a vida são dois dias, um já passou (cliché eu sei) e que no aproveitar é que está o ganho! E tudo muda, mesmo na suave e silenciosa brisa deste Verão indeciso...

domingo, 18 de abril de 2010

Mentes brilhantes

Tenho uma grande sorte na vida: estar rodeada por mentes brilhantes!

Elas são o meu sustento visual e mental e sou sôfrega na pesquisa, no conhecimento e no apoio. A criatividade e a veia artística são dons inatos e recomenda-se a que se usem e abusem. Em todas as áreas, porque Artistas, na minha mais ampla definição da palavra, são todos aqueles que ao fecharem os olhos vêm mais além, imaginam o que ninguém consegue e têm a capacidade de transpôr esses sonhos para o palpável: toda a beleza do mundo.

Ontem, perante uma chuva incansável, desisti por momentos de enfrentar o mundo e pensei que ficar em casa, com a mantinha às costas e o livro-que-nunca-mais-acaba seria o plano ideal. Mas depois, forcei-me a sair e a tomar as rédeas do meu destino inevitável: ir a mais uma inauguração de galerias na famosa Bombarda. Ao fim de uma hora de trânsito, nas ruas estreitas do centro, onde todos queriam estar e com uma grande neura, arranjei um mágico lugar que tudo compensou.

Quando vamos sem expectativas, está mais que provado, tudo de bom acontece e esta vez não foi excepção. O convite para a abertura de uma nova loja de acção cultural e artística com interesse inegável (já para não dizer que não se falham convites de amigos que lançam novos projectos), foi o mote.

Pelo caminho, parámos na "Favorita": novo hostel no coração de Bombarda, a fazerem-nos sentir o bichinho do orgulho pelas iniciativas corajosas e muito bem esgalhadas: despretensioso, sem recurso ao objecto fácil, com lógica, conforto e muito charme. E a creperia, de frente para o simpático jardim, promete o nosso regresso.

Ia já eu com um sorriso de orelha a orelha e vejo o colar de botões forrados em cetim azul. Literalmente voou de um pescoço para o outro e eu já o chamei de meu, na saída. Tenho apreciado os seus passos tímidos e indecisos. E tenho-me entusiasmado com a revelação do seu talento. Por vezes andamos enganados quando achamos que as nossas manifestações artísticas são apenas passatempos e não lhes dedicamos toda atenção. E ela tem andado bem enganada e só agora começa a vislumbrar a luz do objectivo.

E assim, voltei para casa feliz, depois de um par de horas bem passado, entre amigos e a alimentar os olhos, que vieram a transbordar de sonhos.

http://www.dixitdesignlab.com/

workstore.mais.in

http://www.pensaofavorita.pt/ (em construção)

terça-feira, 13 de abril de 2010

happy together


ooohh e nestes momentos, os pés gelam e o silêncio toma conta.


My baby's gone. Felizmente só até Domingo e com esse pensamento, o meu coração tranquiliza.


Tenho andado a opinar sobre casamentos: logo eu, quem diria... e ao contrário do que esperava, a empatia apareceu nos detalhes, no arranjo fresco espetado orgulhosamente numa lata de conserva ou peónias solitárias dentro de garrafas vazias.
Tem que se lhe diga: não se brinca com um momento de pura alegria e celebração.
Assim sendo, "posto" imagem de dois olhares que se cruzam, na esperança de que o momento dure uma vida. Brindo a eles, brindo aos futuros noivos e brindo a mim e ao regresso da minha cara-metade.


terça-feira, 9 de março de 2010

e depois do adeus...

Quando não sabemos para quem escrevemos, as palavras desenham-se sob os nossos dedos. É como falar ao coração, dizer a verdade a nós próprios. Depois resta um friozinho na espinha, quando nos apercebemos que alguém de facto lê, comenta, mas melhor ainda: gosta. Mas será sempre assim?

Não gosto de o pensar porque tenho medo de perder a naturalidade deste meu fluxo, tantas vezes intermitente mas tão real. Mas por vezes imagino o que seria se fosse lido por todos: os do passado, presente e futuro, porque os que ainda estão para vir poderão ser os mais duros críticos, os mais ferozes e mais atentos. Mas para já, relaxo nas variáveis, re-dimensiono a minha escala e aprendo a gostar de dizer o que me vai na alma. Agora é mais fácil. Não me sinto mais em dívida.

Estes dias, em jeito de revelação, descobri que o filme que nós fazemos dos outros é tão terrivelmente improvável como o que eles fazem de nós. E no final, estamos todos redondamente enganados quando nos escondemos por trás do bater nas nossas pestanas e fingimos que não vimos. A verdade é bem menos sedutora que esta nossa longa-metragem, porque a vida continua a correr ao toque da nossa respiração e apenas os cenários mudam verdadeiramente. Nós podemos crescer, viver novos amores, conhecer amigos para a vida e mudar a marca da cerveja favorita. Podemos deixar de fumar, juntar-mo-nos a novos cultos e fugirmos para idílicos locais onde vamos finalmente entrar em contacto com o nosso verdadeiro eu. Podemos perder a cabeça, esquecer as crenças, mudar de emprego ou país, ou até transformar os hábitos. Mas somos os mesmos. Antes ou depois da tempestade, sempre à espera da tal bonança, a que nos vai finalmente vingar por todo o tempo perdido em investimentos do coração.

Por isso, não quero fugir, virar a cara ou perder-me nestes silêncios constrangedores. Quero que leiam e quero ler o dos outros. Quero que se façam pazes, se festejem os encontros e que não se perca tudo, assim, por medo e despeito.

Não me esforço mas, sem dúvida, não me nego...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

real

Dedos roídos, feios e ainda em carne viva. Sentada mais uma vez no sofá, espero. Espreguiço-me, apanho o cabelo num novelo na nuca e espero por uma pequena brisa fresca. Malditos ar condicionados. As pessoas têm medo de morrer de frio no Inverno. A irritação da espera também me provoca este arrepio quente no fundo da barriga e das costas. O desconforto é sempre o mesmo. Antes de falarmos, quero fugir pela porta fora e continuar a fingir esta minha vida tranquila. Mas quando nos sentamos, solta-se a conversa e os pensamentos correm, desastrados, sempre com medo de não chegarem a tempo. E depois, o fio vai desenrolando lentamente. Ontem descobri que a realidade não existe. A única coisa que existe, de facto, é a nossa percepção da mesma. A boa notícia é que os nossos problemas e questões podem, de repente, ser reduzidos a nada. E isso é como um par de óculos cor de rosa que podemos sempre usar nos dias mais cinzentos.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

valentines part II



Ah quase me esquecia...

Quem foi apanhada fui eu. A sobremesa favorita é mesmo o bolo de chocolate. E ontem fez parte do meu pequeno almoço, depois de ter passado a noite escondido no armário.

Obrigado meu querido namorado: fazes valer as máximas que defendo e isso vale mais do que todos os presentes do mundo...

a thing of beauty is a joy forever



Palavras para quê?


Foi um presente de Natal para a casa e estivemos á espera que a vontade chegasse. Eis que hoje foi o dia em que ganharam um lugar definitivo na família. E subir ou descer as escadas nunca mais será a mesma coisa.

Não é isso que se pretende: Habitar e viver cada cantinho do nosso ninho?

sábado, 13 de fevereiro de 2010

noves fora nada

Nada.
Not a care in the world.
Só sonhar.

Foi o meu despertar hoje.

Há dias como este: quase perfeitos. O silêncio impera. No quarto não se houvem as crianças da escola a berrar de alegria nem as gaivotas manhosas a fazer voos rasantes às janelas. E enterrada nas almofadas, abro um olho e sou fulminada pela luz do sol, branca e fria. O N. já está longe a esta hora, entregue a uma das suas mil actividades de fim de semana. Às vezes tenho inveja. Mas hoje não. Começo a pensar no café forte que vou fazer quando me convencer a enfrentar o mundo e de rompão, furo os lençóis, pés no chão e sorriso nos lábios. O mundo é meu, hoje a vida pertence-me.

De novo, nada. Cozinha vazia. Silêncio. Café quente e curto. Momento feliz, em que a mente divaga, sonha, viaja para outras paragens e tranquilamente aceita a infinidade de opções que estes próximos dias reservam. Um minuto de cada vez. E tempo para tudo: sem planos e sem expectativas.

Nestes dias, quase perfeitos, esqueço as dores, angústias, medos e pânicos. Só quero é sorver os segundos e retemperar forças, rever caras e corações, fazer e acontecer. Abandonar-me à sorte, enfrentar o destino, deixar que a vida me aconteça. Exercitar a mente e descansar a carcaça.

O trinco gira, estala. A porta abre-se. Chega o companheiro de vida, arfante e animado. Vem de rastos, fez 60km de bicicleta e as pernas estão descoordenadas pelo esforço. Já purgou parte da semana nesta etapa da sua corrida infinita. É um homem muito mais feliz e agora estamos em sintonia. Os métodos são opostos, mas o resultado é o mesmo.

E no final: Nada. Não queremos mais nada. Hoje, pelo menos hoje, já temos tudo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

valentines



Nem todos somos fãs e na verdade, temos que admitir, o consumismo desenfreado à volta desta data inventada recentemente, irrita e desmotiva. Mas no fundo, estes dias não devem ser esquecidos, porque é nos pequenos gestos que se revelam os grandes sentimentos.

E por isso, para os que querem e os que não querem, fica o desejo de um belo dia - que se quer a dois. Nós merecemos. E lembrem-se: é tão simples como um recado colado no frigorífico, um bolo da preferência escondido ou uma sessão de fotos de bons momentos.

Will you be my Valentine?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

l'amour

Hoje pensei: que vou eu escrever?

Nada, pensei. A inspiração não tem sido uma constante. Acho que quando sentimos invariavelmente as mesmas coisas nem nos devemos maçar. A imaginação começa a faltar, os laivos de genialidade são inexistentes e a vida começa a ser uma grande chatice. E eu que tenho uma queda para o melodrama, fico farta com facilidade. É dificil viver comigo, sou um saco sem fundo, uma esponja de motivação, uma insatisfeita permanente.

Mas tenho sorte: uma das coisas que me provoca felicidade em contínuo é amar.
Assim pensei que, de facto, olhando em volta, não há muita gente que possa dizer o mesmo, o que faz de mim uma felizarda.

Sendo um eterno e batido cliché, foi um tiro certeiro para ambos. E quando menos se esperava, passou de giro a sério. E num abrir e fechar de olhos, os trapos foram atirados para o mesmo armário, a cama dividiu-se em dois e passei a ter leite de soja no frigorífico. Se isto não é amor, então não sei que vos diga.

Mas, o momento em que mais o sinto é quando todas as manhãs fico com o peito apertado, ao sair de casa. Porque morro de saudades no momento em que a porta bate. E porque temos um dia inteiro pela frente sem nos vermos.

E porque saber e dizer que a minha casa é agora nossa, adoça-me a boca e o coração.

Assim, quase dois anos depois e muitas lutas cá dentro e lá fora, deixo aqui uma singela manifestação de amor e um desejo de suave continuidade deste abraço apertado.

domingo, 31 de janeiro de 2010

dormência

Todos os dias contamos os restantes até ao final da semana. Todos os dias, mesmo os mais próximos, achamos que falta uma vida inteira para lá chegarmos.

E quando isso finalmente acontece, todos os planos e expectativas tendem a cair por terra. O corpo, pelo menos o meu, desliga. Apaga. Avaria e priva-me de toda a actividade fisica que deveria estar a fazer.

Quanto mais me queixo e mais reclamo necessidades de exercícios matinais, passeios á beira-mar e corridas no parque da cidade, a verdade é que sou tomada por um subito reumatismo, a gota, dores de costas lancinantes e uma neura providencial que a tuda rosna, enraivecida.

E para me acalmar, descansar de tanto esforço mental, sou mesmo obrigada a enterrar-me um pouco mais no sofá, a puxar a mantinha de lã para cima do nariz ou a embrulhar-me nos lençóis ainda quentes.

Acabo de descobrir que o que andei a fazer toda a semana foi sonhar com o dia em que o despertador não vai gritar e em que não deveria haver pesos na consciência por desistir da manhã. Se ao menos o sol me sorrisse lá de fora... No regrets?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

the day after

Na minha imensa desolação por semanas de chuva e céu cinzento, quer o que lá fora nos protege a cabeça como o que cá dentro a mói, eis que os raios luminosos e brilhantes vieram do sul.

Quando, sentados no comboio, embalados e de braço dado, fizemos o balanço dos dias, achamos que não podem existir melhores motivos para existir: os amigos são tudo o que temos nesta vida e pequenos tesouros como estes guardam-se no bolso apertado do nosso coração.

Inexplicável será perceber como nos ligamos tanto a pessoas que raramente vemos. Na verdade, desde que a química funcione e a conversa flua, que mais é necessário?

Por isso, em três dias e duas noites frenéticas celebramos a vida. Em todos os sentidos.

E com o N. desabafei: a verdade é que há meses não descansava assim. Não pensei nas minhas torturas diárias, não deixei de dormir pelo massacre nocturno das hesitações e dos medos. Pelo contrário: ri com vontade, sorri com doçura e apreciei os espaços, a comida e sobretudo a companhia. Nada melhor que uma tosta mista farta e um croquete de mil carnes na companhia de amigos, no desespero de uma rua sem alternativas. Ou as experiências partilhadas num copo de café gelado, com natas e chocolate (meu Deus, o pecado original...) ou um passeio pela baixa com direito a cavalas e sardinhas embrulhadas em papel colorido, rebuçados tão bonitos como deliciosos, feitos em mãos de aprendiz ou visitas à nossa identidade portuguesa, questionável pela ganância comercial mas agradável à vista.

E claro, bagels verdadeiros na inesperada Deli Deluxe, que cheira e parece bem. Foi um cappucino cheio de surpresas...e não tão negativas como pareceram, assim de repente. No fundo, que mais dizer: a vida continua.

A cereja no topo do bolo veio em formato petite. O que se planeia pode ficar por terra se a compensação for o privilégio de conhecer um novo membro da família. Tão frágil e tão bonito, de mãos e pés minúsculos, é impossível não sucumbirmos a um desejo: o de estarmos mais próximos e irremediavelmente apaixonados por este bébé tão desejado.

Obrigado a todos pela partilha deste momento tão especial. Renovam a minha fé na beleza que vive na lentidão dos dias e na paz que se sente ao partilhar tantos momentos de suave languidez e doce preguiça. Os mais produtivos...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mais vale tarde que nunca

O novo ano não trouxe grande inspiração.

Ainda espero pelos bons dias que certamente se avizinham, porque prometi que iria pensar positivo e é cedo para desistir. Tenho que confessar que a clareza de espirito, a segurança nas palavras, a vontade nas acções não estão em alta. Mas isso nota-se, sente-se, quase que se toca e se ouve. Não disfarço bem e não tento.

No entanto, dentro do mal - a insegurança profissional, as tristezas deste país e deste mundo, os resquícios de um final de ano pouco prometedor e sobretudo, sim sobretudo, este clima doentio - existem pequenas gotas brilhantes de esperança que timidamente pontuam o cenário e descortinam um pouco de sol, na sua refracção lapidada. E esses raios cortam e aquecem. Acreditamos um pouco mais.

Venham os nascimentos, os casamentos e as surpresas. Cada amigo feliz faz-me um pouco mais feliz também. E continuo a acreditar que ao virar de cada folha pode estar uma descoberta, uma janela, uma entrada de ar que me vai empurrar para o meu destino. Acho que se fechar os olhos com força, se pedir muito, se quiser muito, cerrar os punhos e abrir o peito, o que há de bom virá ao meu encontro e talvez ainda descubra que nos olhos que olho há tanto, na boca que me fala, nas mãos que se estendem na minha direcção, poderá estar a resposta que eu ainda não vi.