domingo, 31 de janeiro de 2010

dormência

Todos os dias contamos os restantes até ao final da semana. Todos os dias, mesmo os mais próximos, achamos que falta uma vida inteira para lá chegarmos.

E quando isso finalmente acontece, todos os planos e expectativas tendem a cair por terra. O corpo, pelo menos o meu, desliga. Apaga. Avaria e priva-me de toda a actividade fisica que deveria estar a fazer.

Quanto mais me queixo e mais reclamo necessidades de exercícios matinais, passeios á beira-mar e corridas no parque da cidade, a verdade é que sou tomada por um subito reumatismo, a gota, dores de costas lancinantes e uma neura providencial que a tuda rosna, enraivecida.

E para me acalmar, descansar de tanto esforço mental, sou mesmo obrigada a enterrar-me um pouco mais no sofá, a puxar a mantinha de lã para cima do nariz ou a embrulhar-me nos lençóis ainda quentes.

Acabo de descobrir que o que andei a fazer toda a semana foi sonhar com o dia em que o despertador não vai gritar e em que não deveria haver pesos na consciência por desistir da manhã. Se ao menos o sol me sorrisse lá de fora... No regrets?

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