terça-feira, 2 de junho de 2009

floating

Estes dias têm sido intoxicantemente aéreos. Parece que voo, flutuo em nuvens de algodão brancas e cinzas e, volta e meia, espreito a terra, ouço-vos falar, olhos expressivos, cheios de novidades. Respondo sempre, mas nem sei bem o quê e por vezes receio que a minha distracção seja evidente.

Vou a festas, espalho sorrisos, durmo na praia, sento-me na areia molhada, sou atropelada por ondas que não conseguiram crescer mas que me gelam e arrepiam.

Confundo os sonos e os sonhos, durmo de tarde, na fresca, embalada e grata pela corrente de ar.

Vou a mais festas, vejo fogo de cores e de pessoas altas e baixas, gordas e magras, secas e feias. Que fazemos nós ao homenagear santo que não conhecemos, nem a sardinha se safa este ano.

No meio de tudo isto, entre o dia e a noite, estou sentada nas minhas novas poltronas, que nos custaram os olhos da cara e eu choramingo, emocionada, pois nunca pensei que pudesse cá chegar, que fosse ter, que merecesse sequer.

E assim, cansados de mente e de bolso, mas felizes, ficamos sentados á luz parca das velas esgravatadas e sorrimos, cúmplices neste teatro de vida, pois assim se vai passando, ao sabor dos dias.

Sem comentários: