À mercê da passagem do tempo. Sentados, perna cruzada, pé inquieto a batucar o soalho. Dedos roídos e nervoso miudinho. Conto os minutos para que seja amanhã.
Amanhã a chuva não vai bater nas vidraças, não vai gelar as folhas murchas das árvores. Amanhã não vai ter caras tristes e pálidas, a contar as horas de luz que já escasseiam e a apertar o casaco no peito, contrariado.
Só caras redondas como luas. Olhos abertos e luminosos, sorrisos rasgados, relatos incompreensíveis. Mãos abertas e esticadas, em pedidos e em ajudas. Bocas de cachupa, vozes de morna, lenta e doce. Amanhã já não é aqui.
Até ao regresso.
1 comentário:
Que bom! Boa viagem, divirtam-se muito!!
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