sexta-feira, 6 de novembro de 2009

tic tac tic tac

À mercê da passagem do tempo. Sentados, perna cruzada, pé inquieto a batucar o soalho. Dedos roídos e nervoso miudinho. Conto os minutos para que seja amanhã.

Amanhã a chuva não vai bater nas vidraças, não vai gelar as folhas murchas das árvores. Amanhã não vai ter caras tristes e pálidas, a contar as horas de luz que já escasseiam e a apertar o casaco no peito, contrariado.

Só caras redondas como luas. Olhos abertos e luminosos, sorrisos rasgados, relatos incompreensíveis. Mãos abertas e esticadas, em pedidos e em ajudas. Bocas de cachupa, vozes de morna, lenta e doce. Amanhã já não é aqui.

Até ao regresso.

1 comentário:

Marta Mourão disse...

Que bom! Boa viagem, divirtam-se muito!!