De que somos feitos afinal? Somos ratos ou homens? Que fazem estes medos escondidos por trás do sonho da manhã e que nos agitam, nos fazem tremer, nos fazem gritar em surdina?
Eu tenho vindo a descobrir do que sou feita. Muito mais do que de carne, osso e pele, sou feita de ideias e emoções. Sou fraca e forte ao mesmo tempo, falsa e verdadeira, medricas e corajosa. Enfrento a escuridão de peito aberto mas a certo olhar furibundo vergo-me e baixo a cabeça. Ambiciono e planeio, proponho e consigo. Mas depois o cansaço vence-me, o incentivo morre e a vontade some-se. Quero tudo tão sofregamente e no fundo, não quero nada...Choro no vazio.
Que fazer então, como encontrar o sentido, como explicar os tropeções do passado? E como justificar tantos e tantos sonhos, premonições, recordações? Memórias em forma de gente. Escavar um pouco mais, levantar mais uns papéis empoeirados e tentar perceber. Sobretudo e acima de tudo: tentar perceber, fazer o raciocínio final, amadurecer, querer.
Não dá para voltar atrás e nada pode ser como era. Ainda bem. Agora há que aprender a viver com o eu que eu não conhecia ainda. E perder os vícios, as manias, os bloqueios e as fraquezas. Os medos. Acreditar que nada devemos e que somos um indíviduo, dotado de vontade própria e inteligência. A nós ninguém diz o que fazer: nós somos donos do nosso querer.
E eu quero é viver.
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