sábado, 12 de setembro de 2009

pais

Tenho sempre muitas saudades dos meus pais. Posso passar semanas sem os ver, mas raramente passa um dia em que não fale com eles. Agora, com o ninho vazio, parece-me que começaram uma vida nova, novos hábitos, novos horários e novas aventuras. Fiquei tão surpreendida quando os imaginei tristes e solitários e acabei por descobri-los rejuvenescidos e despreocupados. Que sensação bestial, eu é que parecia a mãe.

No entanto, sei que o nosso elo vai muito mais além do que se espera de uma família normal. São o meu pilar, a minha referência. Quando, em desespero, me sinto sozinha e incompreendida, é bom pegar num telefone e ouvir as suas palavras meigas e reparadoras. É bom chorar e saber que as minhas lágrimas não são constrangedoras nem chocantes. É melhor ainda saber que nunca ninguém vai gostar assim de mim e eu deles, tal e qual, para sempre.

Nada poderá alguma vez substituir o abraço quente e apertado, a gargalhada solta ou o "adoro-te" sentido do meu pai. Ou a festa macia nos meus cabelos, a vontade de me ouvir com toda a paciência e a dedicação atenta da minha mãe. E apesar dos tempos dificeis e da necessidade de lamento e desabafo, quando estou com eles fico tão feliz e tão tranquila, que abafo o peso que carrego e deixo-me ir. Not a care in the world.
Muito obrigado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Esses seus cabelos brancos, bonitos, esse olhar cansado, profundo
Me dizendo coisas, num grito, me ensinando tanto do mundo...
E esses passos lentos, de agora, caminhando sempre comigo,
Já correram tanto na vida,
Meu querido, meu velho, meu amigo
Sua vida cheia de histórias e essas rugas marcadas pelo tempo,
Lembranças de antigas vitórias ou lágrimas choradas, ao vento...
Sua voz macia me acalma e me diz muito mais do que eu digo
Me calando fundo na alma
Meu querido, meu velho, meu amigo
Seu passado vive presente nas experiências
Contidas nesse coração, consciente da beleza das coisas da vida.
Seu sorriso franco me anima, seu conselho certo me ensina,
Beijo suas mãos e lhe digo
Meu querido, meu velho, meu amigo
Eu já lhe falei de tudo,
Mas tudo isso é pouco
Diante do que sinto...
Olhando seus cabelos, tão bonitos,
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo

Minha querida não há distância que nos separe, não há matéria que não possa ser motivo de conversa. Vamos estar sempre por perto e atentos a tudo o que for nrcrssário para sermos felizes.
Pai