Todos vocês sabem como é ter vontade de fugir.
Hoje queríamos fugir. Os dois. O encontro precipitado foi providencial para o desabafo, a respiração estava quente e pesada, as mãos tremiam e os olhos estavam rasos de água. Às vezes somos atraiçoados pelas nossas emoções e quebramos. Quando o vi, olho baixo e triste, voz exaltada, percebi que não devíamos ter saído de casa esta manhã.
E quis voar, levá-lo comigo e desaparecer, esquecer o nosso mundo minúsculo, agressivo e mau. E acordar debaixo de uma qualquer palmeira à beira-mar, peixe fresco na grelha enferrujada, sol baixo e húmido ao final da tarde, deitados na rede. Abraçá-lo e protegê-lo, com os meus braços apertados.
Mas não. Amanhã quando acordarmos, vamos estar aqui na mesma. O que vale é que cada dia é diferente e pode ser que amanhã seja um dos bons.
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