O novo ano não trouxe grande inspiração.
Ainda espero pelos bons dias que certamente se avizinham, porque prometi que iria pensar positivo e é cedo para desistir. Tenho que confessar que a clareza de espirito, a segurança nas palavras, a vontade nas acções não estão em alta. Mas isso nota-se, sente-se, quase que se toca e se ouve. Não disfarço bem e não tento.
No entanto, dentro do mal - a insegurança profissional, as tristezas deste país e deste mundo, os resquícios de um final de ano pouco prometedor e sobretudo, sim sobretudo, este clima doentio - existem pequenas gotas brilhantes de esperança que timidamente pontuam o cenário e descortinam um pouco de sol, na sua refracção lapidada. E esses raios cortam e aquecem. Acreditamos um pouco mais.
Venham os nascimentos, os casamentos e as surpresas. Cada amigo feliz faz-me um pouco mais feliz também. E continuo a acreditar que ao virar de cada folha pode estar uma descoberta, uma janela, uma entrada de ar que me vai empurrar para o meu destino. Acho que se fechar os olhos com força, se pedir muito, se quiser muito, cerrar os punhos e abrir o peito, o que há de bom virá ao meu encontro e talvez ainda descubra que nos olhos que olho há tanto, na boca que me fala, nas mãos que se estendem na minha direcção, poderá estar a resposta que eu ainda não vi.
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