Todos os dias contamos os restantes até ao final da semana. Todos os dias, mesmo os mais próximos, achamos que falta uma vida inteira para lá chegarmos.
E quando isso finalmente acontece, todos os planos e expectativas tendem a cair por terra. O corpo, pelo menos o meu, desliga. Apaga. Avaria e priva-me de toda a actividade fisica que deveria estar a fazer.
Quanto mais me queixo e mais reclamo necessidades de exercícios matinais, passeios á beira-mar e corridas no parque da cidade, a verdade é que sou tomada por um subito reumatismo, a gota, dores de costas lancinantes e uma neura providencial que a tuda rosna, enraivecida.
E para me acalmar, descansar de tanto esforço mental, sou mesmo obrigada a enterrar-me um pouco mais no sofá, a puxar a mantinha de lã para cima do nariz ou a embrulhar-me nos lençóis ainda quentes.
Acabo de descobrir que o que andei a fazer toda a semana foi sonhar com o dia em que o despertador não vai gritar e em que não deveria haver pesos na consciência por desistir da manhã. Se ao menos o sol me sorrisse lá de fora... No regrets?
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