As pequenas coisas da vida são as melhores: "blasé", batido e coçado.
Mas é verdade e eu tenho praticá-lo sempre que possível. A beleza de cada momento é quase irrepetível. Por muito que te esforces será sempre diferente e deves acarinhar os segundos, prendê-los no teu peito e imprimi-los na memória.
Por isso, visto que cada sorriso conta, a época que vivemos agora deve ser feita de prazer em "dar" e "receber".
Claro que as tentações materiais e consumistas são enormes e hipócritas seremos todos se o negarmos. Que anjos são esses que não se perdem com uma volta de compras, numa tarde gelada de Domingo, ao som das ressoadas músicas de Natal? E que trocam olhares compreensivos com os transeuntes carregados com sacos, papel de embrulho e laçarotes vermelhos. E chegarmos enfim a casa, cansados mas inquietos pela expectativa de uma árvore iluminada, com ares de escandinava, ramos vergados pelo peso de mil enfeites e rodeada de caixas, caixinhas e sacos engalanados.
Mas, muito mais do que isso é ver, rever,(re)conhecer a família, os amigos, as pessoas de quem gostamos. É ouvir-lhes as histórias, perdoar-lhes as ausências, vivenciar as suas vidas. Ficarmos contentes com as suas felicidades e tristes e solidários se a dor o exigir. Sentar, comer e beber, conhecer os miúdos que já cresceram enquanto nem sabíamos que existiam. É conhecer as casas novas, apoiar e aconselhar, desejar o melhor. É aquecer a casa, meias de lã até aos joelhos, e recebê-los com chá perfumado e bolachinhas e falar da vida. E devolvermos sempre o sorriso.
No fundo, o que interessa é que nos faça sonhar tranquilamente, de peito leve e grato, braços abertos e lágrimas contidas, na felicidade da concretização de todos estes desejos.
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